EUA testam raio invisível para cozinhar inimigos

Ninguém agüenta ficar mais de três segundos sob o efeito da mais nova arma mortífera do Departamento de Defesa norte-americano, mesmo que não consiga vê-la. O "Sistema Ativo de Negação" ("Active Denial System") dispara um raio eletromagnético de longo alcance para impedir que o inimigo avance, praticamente cozinhando-o por fora. Oficiais militares de Washington classificaram a arma - digna dos marcianos invasores de "Guerra dos Mundos" - como "não-letal" por não causar efeitos graves à saúde.

Entre as demais armas "não letais" do Exército americano em teste há os "superlubrificantes" para deixar ruas e estradas escorregadias, ondas de som para dispersar multidões e redes capazes de parar carros.

O S.A.N. tem sido desenvolvido há 11 anos ao custo de U$ 50 milhões (cerca de R$ 156,5 milhões) e o exército planeja levá-lo para testes com suas tropas até o fim do ano. Hoje ele é basicamente um disco e uma antena montados em um jipe militar, mas pesa quase 4 toneladas e os técnicos da desenvolvedora Raytheon Corp. têm buscado diminuir o tamanho do aparelho para que possa ser acoplado a um avião e seu alcance no campo de batalha aumentado.

A antena é posicionada por um joystick depois de os alvos serem marcados com uma câmera sensível a calor ou com visão noturna. Quando acionada por um botão, uma câmara de vácuo acelera elétrons e os envia para a antena em forma de ondas de alta-freqüência.

A antena dispara uma coluna de energia eletromagnética à velocidade da luz e de alcance não-revelado, mas que segundo oficiais pode ser maior que o alcance de 550 metros de - mantendo a intensidade. Após alguns segundos o equipamento se desliga automaticamente para evitar que o alvo se Ele facilmente penetra na roupa por serem porosas mas uma fina vestimenta protetora bloqueia o efeito nocivo do "microondas portátil".

Rich Garcia, porta-voz do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea na Base de Kirtland, Albuquerque, afirmou que o raio "faz os sensores de dor do corpo pensarem que estão pegando fogo". Garcia sabe o que é isso pois foi uma das centenas de cobaias, sendo atingido nas costas pelo raio.

O "calorzinho" inicial, segundo ele, logo vira uma forte sensação de se estar queimando. "Tão logo se sai do alcance do raio sua pele volta ao normal e a dor some". A cada um dos quatro testes a que foi submetido Garcia resistiu mais tempo. "O quarto foi o mais longo, fiquei sob o raio por dois segundos, parecia que meu cabelo estava pegando fogo".

O S.A.N. pode ser usado por soldados em campo de batalha e pela polícia para conter tumultos urbanos, disse o Coronel dos Fuzileiros David Karcher, chefe da Junta de Armas Não-Letais do Pentágono para o jornal Sacramento Bee. Karcher quer diminuir o receio de que o raio possa ser usado em interrogatórios de civis, virando uma máquina de tortura.

A lucrativa indústria bélica americana visa tanto o resultado que a Força Aérea pagou U$ 12 mil (cerca e R$ 37,5 mil) a pesquisadores da Universidade de Minnesota para lerem documentos e levantarem informações sobre como os EUA e outras culturas reagirão ao uso da arma.

Curiosamente a preocupação com a dor dos oponentes e a ética no uso do raio invisível em países do Terceiro Mundo contradizem as práticas reais do Exército americano em campo, como diariamente mostram notícias enviadas do Iraque e dos próprios EUA.

Doug Johnson, diretor do Centro de Vítimas de Tortura mostra seu ceticismo em relação à pesquisa: "Parece uma arma feita para provocar muita dor e medo. Minha preocupação é que, uma vez disponível, essa tecnologia vista como segura e não-letal seja o dispositivo-padrão em interrogatórios. Tortura é um instrumento psicológico e achar meios diferentes para usar o corpo contra a mente tem sido o objetivo de novas tecnologias de tortura durante anos".
 
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