Cientistas desvendam segredo da regeneração dos nervos

Da Redação*
Em São Paulo


Um novo estudo conduzido por cientistas do Instituto Weizmann, em Israel, descobriu um processo crucial para a regeneração de nervos periféricos. Os nervos do sistema nervoso periférico (qualquer parte do corpo que não o cérebro e a espinha dorsal) são capazes de se regenerar, ainda que muitas vezes o façam de maneira precária ou com muita lentidão. Os cientistas vinham tentando compreender de que maneira essa regeneração acontece, a fim de tratar com mais eficiência os danos ao sistema nervoso periférico.

Além disso, saber como esses neurônios se regeneram pode oferecer pistas importantes quanto ao reparo dos neurônios no sistema nervoso central, onde os danos são até agora irreversíveis.

As células nervosas têm um formato único, consistindo de um corpo de célula do qual um longo "braço", conhecido como axônio, se estende. Os axônios podem atingir comprimento de até um metro, e são o principal conduto para as comunicações nervosas em nossos corpos, ao transmitir sinais elétricos aos músculos ou a outras células. Devido ao seu grande comprimento, os axônios, como as linhas elétricas ou de telecomunicações, são vulneráveis a danos. Quando uma linha de energia cai durante uma tempestade, os sistemas de monitoração disparam um alarme, e uma equipe de reparos é despachada para o local. De que maneira um axônio "dispara o alarme" depois que nossos corpos sofrem danos?

Em estudo publicado pela revista "Neuron", Michael Fainzilber e seus estudantes de doutorado, Shlomit Hanz e Eran Pearlson, do departamento de química biológica do instituto, demonstraram que uma proteína especial é produzida no local dos danos no axônio. Conhecida como importin beta, ela normalmente reside à grande distância do axônio, perto do núcleo da célula nervosa. Lá, ela facilita a entrada de moléculas no núcleo, trabalhando em companhia de sua proteína irmã, a importin alfa.

Os cientistas concluíram que a importin beta é produzida nos axônios quando acontecem ferimentos. Ela a seguir se une à importin alfa, normalmente presente nos axônios, e a proteínas que contêm uma "mensagem de cura" (a qual ainda não foi identificada). O grupo todo se acopla, a seguir, a um "propulsor" conhecido como dynein, que o conduz por "trilhos" que ligam o axônio ao núcleo. O complexo de proteínas ganha acesso fácil ao núcleo devido à presença da importin alfa e beta. Os pesquisadores descobriram que bloquear esse processo recém-descoberto inibe a regeneração de nervos.

A identificação das proteínas contendo a "mensagem de cura" e dos genes que permitam a resposta de cura é o próximo passo para resolver o mistério da regeneração dos nervos periféricos.

Já que os sistemas central e periférico estão conectados um ao outro, a capacidade de transferir substâncias no interior do sistema nervoso periférico pode um dia oferecer o ponto de partida para a introdução de agentes terapêuticos no cérebro e na espinha dorsal.

(*) Com informações do Instituto Weizmann

 

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