Conheça as linguagens de programação e
os pacotes de desenvolvimento para a
nova geração de serviços na internet.
Montar um site em Ajax do zero é uma
alternativa pouco palatável. Incluir
recursos visuais com Ajax pode exigir um
aumento de mais de 50 mil linhas de
código. Mas, nos últimos tempos, com a
popularização da web 2.0, surgiram
várias ferramentas para melhorar a
situação. Um dos principais paradigmas
da web 2.0 é evitar o roundtrip.
Trata-se da carga de uma nova página
quando um botão é clicado ou uma opção é
modificada. Eliminando-se os roundtrips
e aumentando a velocidade de resposta
dos aplicativos, cria-se um ambiente
imersivo semelhante ao dos programas
para o desktop. É aí que entra o Ajax.
Unindo chamadas em Javascript de funções
remotas com carga de dados em XML, é
possível rodar código que baixa
informações de bancos de dados sem
precisar de uma nova página web. A
transição para o Ajax do Mandic Mail (www.mandic.com.br),
webmail da Mandic, foi voltada para
simular a experiência dos aplicativos
tradicionais na web. “O nosso cliente
sente que usa um programa no desktop”,
afirma Ender Imbroisi, programador que
já passou pelo UOL e pelo iG, e
desenvolveu os novos recursos em Ajax do
Mandic Mail, que incluem arrastar e
soltar de e-mails em pastas e funções do
botão direito do mouse.
Já existem vários pacotes para quem
deseja criar funcionalidade Ajax
diretamente em Javascript. O mais famoso
deles é o Script.aculo.us
(http://script.aculo.us), que facilita a
inclusão do recurso de arrastar e soltar
elementos e abrir e fechar seções da
página, entre outros efeitos. Mas o Ajax
é apenas a parte da web 2.0 que roda no
browser do internauta. Por trás dos
serviços há também novidades tanto em
linguagens de programação quanto em
pacotes de desenvolvimento. A linguagem
que mais vem ganhando espaço no
desenvolvimento web é o Ruby. Seu pacote
Ruby on Rails (ou simplesmente Rails),
disponível em
www.info.abril.com.br/download/4574.shtml,
traz ferramentas prontas para
automatizar o desenvolvimento de sites,
a disponibilização de APIs para
desenvolvedores e, claro, a adição de
recursos em Ajax para as páginas. A
linguagem Ruby foi a escolhida para
vários serviços, como a planilha NumSum,
o gerenciador de podcasts PodOMatic e o
mashup SuprGlu.
Apesar da popularização da linguagem
Ruby, opções mais tradicionais continuam
liderando o desenvolvimento da web 2.0.
É o caso do PHP, que tem a maior
quantidade de pacotes para geração de
Ajax, além de ser usado no Digg, na
agenda online HipCal e no sistema de
bookmarks Del.icio.us, entre outros.
O Java também é presença constante
nos sites da web 2.0, sendo base de boa
parte dos serviços do Google, como GMail,
Google Calendar e orkut, além da parte
visual do UOL K, serviço de
relacionamentos do UOL. A linguagem Java
também foi a escolhida para o Wasabi, um
serviço nacional que permite visualizar
os últimos sites, fotos e conteúdo
gerados pelos amigos. Segundo um dos
criadores do serviço, o carioca Danilo
Medeiros, a escolha do Java permitiu
usar pacotes de desenvolvi-mento
empresarial, como o J2EE. “Isso permite
que o Wasabi seja escalável para vários
servidores”, afirma Medeiros. Outro
aliado do Java na web 2.0 é o Google Web
Toolkit (www.info.abril.com.br/download/4575.shtml).
Esse pacote permite fazer a programação
visual do site diretamente em Java, que
é bem mais fácil de depurar que o
Javascript. Depois de tudo codificado, o
Google Web Toolkit traduz o resultado
para HTML e Javascript, gerando os
efeitos visuais em Ajax.
Outro lançamento em desenvolvimento é
o Spry (www.info.abril.com.br/download/4576.shtml),
da Adobe. Ainda em fase de testes, o
Spry traz um pacote de bibliotecas em
Javascript para automatizar tarefas em
Ajax, como suporte a arrastar e soltar
nos sites. Já a Microsoft trouxe o ASP
.Net Ajax (www.info.abril.com.br/download/4577.shtml).
Trata-se de um pacote de desenvolvimento
para gerar sites com suporte a Ajax
usando as linguagens disponíveis para o
.Net Framework. A idéia é semelhante à
do Google Web Toolkit: permitir o
desenvolvimento em um dialeto mais fácil
de depurar, como o C# ou VB.NET, com a
geração automática do código Javascript
para as interações visuais do site.
Segundo Bruno Nowak, gerente de novas
tecnologias da Microsoft, “o ASP .Net
Ajax é uma das iniciativas para criar
uma experiência web mais imersiva, sem
aumentar desproporcionalmente a
complexidade de programação”. O ASP .Net
Ajax é usado em diversos sites. Um dos
mais conhecidos é o PageFlakes,
desenvolvido por um grupo espalhado por
países como Austrália, Inglaterra e
Bangladesh. Ole Brandenburg, um dos
criadores do PageFlakes, afirma que
“todas as linguagens de programação para
a web já contam com alguma ferramenta
Ajax. Por isso, tão importante quanto
escolher uma plataforma é permitir que
os usuários criem conteúdo em sua
linguagem favorita. Isso é web 2.0”.
Segundo Brandenburg, o Pageflakes já
conta com “flakes” (elementos para a
página personalizada) feitos em PHP,
Java, Python, entre outras linguagens.
AS MÁGICAS DO AJAX
Arrastar e Soltar: Dá para
mandar e-mails ou arquivos para pastas
arrastando esses itens
Botão direito: É possível
criar um menu personalizado acessível
com o botão direito do mouse
Carga de dados: Caixas de
seleção e outros elementos podem receber
dados sem carregar uma nova página
Preenchimento automático:
Basta digitar metade da palavra que o
site completa o resto com os termos mais
comuns