LONDRES - Cerca de 16 mil palavras
sucumbiram às pressões da era da
internet e perderam seus hífens na mais
recente edição do Shorter Oxford English
Dictionary.
Bumble-bee tornou-se bumblebee,
ice-cream agora é ice cream e pot-belly
ganhou a grafia pot belly. E, se você
não gostou das mudanças, não seja um
crybaby (chorão, anteriormente grafado
como cry-baby).
O hífen vem sendo excluído nas formas
informais de comunicação desenvolvidas
no mundo dos e-mails e das mensagens de
texto, difundidas em sites da Web e que,
por fim, encontram espaço em jornais e
livros.
"As pessoas não se sentem confiantes
quanto ao uso de hífens hoje em dia, não
sabem bem para que servem", disse Angus
Stevenson, editor do dicionário, cuja
sexta edição foi lançada esta semana.
Também influenciou a queda de tantos
hífens o fato de que os designers
gráficos não apreciam o deselegante
traço horizontal entre palavras.
"A escrita impressa é muito definida
pelo design atualmente, em anúncios e
sites, e as pessoas sentem que hífens
atrapalham a aparência de um trabalho
tipográfico elegante", acrescentou. "O
hífen é visto como poluído em termos
visuais, antiquado."
A equipe que compilou o dicionário,
um trabalho em dois volumes apesar do
nome, só cometeu as amputações
gramaticais depois de extensas
pesquisas.
"Todo o processo de alterar a grafia
de palavras no dicionário se baseia em
nossa análise de indícios do idioma, não
é simplesmente uma questão do que
pensamos que vai parecer melhor",
afirmou Stevenson.
Os pesquisadores examinaram um total
de mais de dois bilhões de palavras de
textos, originalmente publicados em
jornais, livros, sites e blogs, a partir
do ano 2000.
Mas os hífens não perderam totalmente
seu lugar. O editor do dicionário
elogiou o serviço de primeira classe que
prestaram ao idioma inglês na forma de
adjetivos compostos: "Há palavras em que
o hífen é necessário para evitar
ambiguidades."