Ator usa Internet em espetáculo gay

Todas as noites Tim Fountain pede ao público de seu show que escolha um homem para ele na Internet. Então ele atravessa a cidade de bicicleta para transar com o homem escolhido, e depois volta para contar às pessoas como foi.

"Ficará em cartaz o mês inteiro. Ainda tenho 22 transas pela frente, ou algo assim", disse Fountain, falando de seu popular espetáculo solo "Sex Addict", em cartaz no Festival de Edimburgo.

O dramaturgo de 36 anos está esticando os limites do aceitável, mesmo no caso do cenário cultural britânico, cada vez mais explícito, onde a nudez no palco já não constitui novidade e a TV-realidade acaba de exibir sua primeira relação sexual ao vivo - se bem que ela aconteceu escondida por uma toalha de mesa.

Num show que atrai 100 pessoas ou mais por noite no festival anual da capital escocesa, Tim Fountain projeta na tela uma sala de bate-papo gay, seleciona candidatos com a ajuda do público e depois faz o público escolher um deles pelo voto.

"Em seguida, subo na minha 'bicicleta de transa', que é elétrica, para que eu possa chegar mais rápido. O público sai para se despedir de mim na rua, ao som de Wish me Luck as You Wave me Goodbye, de Dame Vera Lynn."

Essa é a segunda metade do espetáculo "Sex Addict". A primeira consiste em uma apresentação em Power Point sobre sexo na Internet, com muitas imagens sexuais explícitas, e uma descrição do encontro que Fountain teve na noite anterior.

"Quando tenho uma transa ruim ou a transa não acontece, a história sai melhor. Ninguém quer ouvir detalhes sobre uma transa ótima", ele contou em entrevista telefônica concedida de Edimburgo.

Como um lutador de boxe
Além de causar polêmica, Fountain tem uma intenção séria com seu show. "O objetivo artístico é analisar a questão do sexo na Internet. Somos a primeira geração do mundo a conseguir acessar o que queremos, quando queremos, em alta velocidade", explicou.

A maior parte do público, que paga 10 libras (US$ 18) por pessoa para ouvir Tim Fountain, é formada por pessoas que também usam a Internet para encontrar parceiros sexuais.

"Eu quis dizer 'é isto que eu faço e que desconfio que muitos de vocês também fazem. Então vamos olhar para isso de frente, juntos'. As pessoas poderão decidir se é bom ou ruim, se eu sou doentio, patético, liberado ou o quê."

Muitos dos espectadores direcionam Fountain para seus próprios perfis na Web. "Este deve ser o primeiro show de teatro no mundo em que membros do público mostram seus corpos nus uns aos outros", disse ele. Fountain conta que já montou um perfil interessante de Edimburgo.

"Já tive desde um homem que montou um ambiente especial em seu sótão com 500 pênis colados ao teto e que trabalhava no departamento de cama e mesa de uma conhecida loja de departamentos de Edimburgo, até um compositor de canções infantis que queria que eu saísse da casa dele rapidamente porque seu namorado, um chofer de táxi, voltaria para casa às 6 da manhã", ele revelou.

Visto como um dos espetáculos mais bizarros do festival de Edimburgo de 2004, "Sex Addict" vem atraindo a atenção da mídia e escandalizando alguns setores, que o vêem como pornográfico. "Não é um espetáculo para crianças", disse Fountain. "Mas é como é minha vida e a da maioria de meus amigos. Acho que alguém da Igreja da Escócia me descreveu como patético e doentio."

Fountain, que diz fazer sexo em média cinco vezes por semana e acha que já teve 5 mil relações sexuais, está achando o show cansativo. "Meu diretor me proibiu de fazer sexo entre um espetáculo e outro. Sou como um lutador de boxe", disse ele. Será que seu espetáculo tem uma mensagem moral? "Há um preço a pagar pelo prazer", disse Fountain. "Mas, em última instância, eu optaria sempre pelo hedonismo."
 
Reuters

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