Brasil conta com serviço de telefonia via Internet
 

Emerson Rezende

Uma revolução silenciosa tem ocorrido no campo da telefonia brasileiro. Independente das opiniões sobre as mega-privatizações das empresas telefônicas brasileiras ocorridas na última década, não há como negar que os serviços telefônicos, em média, melhoraram bastante quando comparados à época aos das grandes estatais de telecomunicações.

A livre concorrência obrigou as empresas a se desdobrarem em oferecer novos serviços para conquistar usuários. Mas agora, chegou a hora de seguir adiante depois da fase das mega privatizações das redes telefônicas nacionais. E a telefonia via Internet, mais conhecida como Voice Over Internet Protocol, VoIP
para os íntimos é a resposta.

E quem achou que o Brasil está longe dessa realidade, está muito enganado. 
A Matrix, uma empresa de Santa Catarina ligada à multi-nacional Primus Telecommunications, já atua nesse setor há um bom tempo. Apesar de o simpático e discreto gerente de marketing da empresa, Simon Lédo, não entregar o ouro e prefirir não revelar como se compõe a sua base de assinantes e clientes. "Mas, em breve, a gente divulga essas informações", prometeu Lédo.

Magnet - Explique o papel da Matrix dentro do grupo Primus Telecommunication.

Simon Lédo -A Matrix Internet é parte do grupo Primus Tel. Co., que detém, atualmente, 51% de seu capital. A Matrix atua como uma unidade de negócios independente, com o gerenciamento completo em todo o país, mas se reporta normalmente aos seus controladores, e tem um papel importante como unidade de negócios aqui na América do Sul. É também, um ponto de presença para interconexão, tanto de dados como de voz, para a Primus e seus clientes.
M - Desde quando a Matrix está em atividade no Brasil?
SL - A Matrix iniciou sua atividade em 1988, atuando como uma empresa de desenvolvimento de sistemas no sul do país (em Florianópolis, Santa Catarina). Iniciou as atividades no ramo de internet em 1995, tornando-se um dos 5 maiores provedores de acesso do país. Em 1999 com a aquisição de parte de seu capital pela Primus, a Matrix mudou um pouco seu foco, voltando-se para o mercado corporativo, agregando a partir de então novos serviços, como o VOIP.
M - Qual a situação legal da telefonia IP no Brasil?
SL - Não existe uma legislação definida e final sobre a telefonia IP. O que existe são normas e licenças, emitidas pela ANATEL e que autorizam as empresas, prestadores deste tipo de serviço, a atuarem no mercado. A legislação que rege a telefonia IP é um conjunto de normas englobando vários assuntos, tais como: a LGT (lei geral de telecomunicações), regulamentação sobre a STFC (Serviço telefônico fixo comutado), a SCM (Serviço de comunicação multimídia) e de acordos de interconexão.
M - Esse é o primeiro serviço VoIP internacional do Brasil? Se não, qual foi o primeiro?
SL - A Matrix sem dúvida foi a pioneira a implantar um serviço, nos moldes do serviço de telefonia IP sobre banda larga, e usando o protocolo SIP, a partir de sua estrutura própria aqui no Brasil.
Diferentemente de outras empresas, que revendem serviços prestados por outras empresas internacionais, a Matrix atua diretamente através de seus acordos e de sua plataforma, totalmente hospedada aqui no Brasil, para prestação dos seus serviços, o que garante maior qualidade e transparência ao cliente final. Além disso, conta com o suporte da rede global da Primus, e se beneficia dos seus acordos internacionais.
M - Como funciona o serviço de telefonia via Internet?
SL - A rede de voz da Matrix permite que uma ligação originada por IP (através da Internet) possa ser terminada em qualquer telefone da rede pública de telefonia nacional ou internacional (PSTN) ou, que um cliente, origine uma chamada a partir de qualquer telefone de uma rede pública e termine na rede da Matrix, em qualquer parte do mundo. A Matrix também oferece a vantagem de que seus clientes possam ter números locais (DID/DDR) em várias cidades do país e do mundo, podendo assim reduzir custos significativos entre clientes e fornecedores, além de aumentar a presença de sua empresa e área de atuação, eliminando 100% as fronteiras entre cidades e/ou países. Contando com baixíssimos custos, pois as ligações são feitas através de voz sobre IP, as tarifas são em muitos casos 80% mais baixas que as tarifas de telefonia convencional com segurança e garantia de qualidade.
M - Como se dá a conexão com a rede Matrix?
SL - Pode ser feita por meio de qualquer tipo de conexão desde banda larga (ADSL, Vírtua, Speedy, Velox, etc...) ou conexões por links dedicados à Internet. É recomendável que para cada canal de voz a ser utilizado, haja pelo menos 20KB de banda disponível, sem que esta seja compartilhada, garantindo assim melhor desempenho e qualidade na comunicação.
M - Qual é a base de assinantes do serviço? E qual a expectativa de crescimento?
SL - No momento, preferimos não divulgar essas informações. Mas, em breve, o faremos.
M - Há serviço de suporte técnico? Como ele é feito a nível nacional?
SL - Sim. O suporte é feito tanto por telefone quanto pela própria página do usuário. Suporte totalmente feito em português, diretamente no Brasil. As empresas abrem chamados e recebem retorno de suas solicitações, num espaço de tempo bem curto. Todos os chamados são registrados e os clientes pode acompanhar, online, cada passo de suas reclamações.
M - Dê exemplos de como funciona seu serviço de VoIP (fale mais sobre esse recurso de se poder ter um número local em qualquer parte do mundo e dê mais detalhes sobre o Lingo).
SL O Lingo é um produto da Primus dos USA. Não existe no Brasil. Aqui o serviço de telefonia que a "Matrix" possui, se chama Vox.matrix.
M - Você menciona que os preços cobrados por vocês podem ser até 80% mais baixos que os praticados no mercado de telefonia convencional. Qual o custo para os assinantes?
SL - Existe uma busca de valores no site do produto, seção TARIFAS.
M - Como vocês conseguiram vencer as barreiras legais e estabeleceram esse serviço VoIP no Brasil?
SL - Através da obtenção da licença SLE (serviço limitado especializado) e logo em seguida pela obtenção da licença SCM (serviço de comunicação multimídia), estando assim em completo acordo com as normas da ANATEL.
M - Qual é a relação que vocês têm com as operadoras de telefonia convencional?
SL - Somos ao mesmo tempo compradores e em muitos casos fornecedores de alguns serviços de transporte de dados e voz. Com algumas empresas, principalmente aquelas que estão em situação de desvantagem em relação as empresas tradicionais, comumente chamadas de "incumbents", o relacionamento é mais fácil e de maior flexibilidade, tanto para compra quanto para venda de serviços. Entretanto, há ainda uma grande barreira na parte de acordos de interconexão e uso das redes, devido a falta de interesse das operadoras tradicionais, em muitos casos.
M - Houve, em algum momento, alguma tentativa por parte delas de tentar impedir a implantação de seu serviço de VoIP?
SL - Isso seria ilegal. O que há são formas ocultas e "boatos" de que as operadoras iriam começar a colocar "filtros" em suas redes de banda larga, tentando conter assim o avanço da telefonia IP. Contudo, isso é algo improvável, principalmente no momento em que eles mesmos estariam bloqueando recursos aos seus clientes.

 
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