Transistor feito de nanotubos de carbono pode revolucionar PCs

Da Redação
Em São Paulo


Cientistas demonstraram, pela primeira vez, que transistores feitos de nanotubos de carbono podem operar em freqüências de microndas extremamente rápidas, o que abre caminho para celulares melhores e computadores até mil vezes mais velozes.

As descobertas, publicadas na edição de abril da "Nano Letters", jornal científico da Sociedade Americana para a Química, impulsionam ainda mais o entusiasmo sobre o potencial da nanotecnologia.

"Desde a invenção dos transistores de nanotubos, há previsões teóricas de que eles podem operar muito rápido", diz Peter Burke, professor de engenharia elétrica e ciência da computação da Universidade da Califórnia e autor do estudo. "Nosso trabalho é o primeiro a mostrar que transistores desse material podem realmente rodar em altas velocidades."

Burke e sua equipe construíram um circuito elétrico com um nanotubo de carbono entre dois eletrodos de ouro. Quando eles variavam a voltagem, o circuito operava a uma freqüência de 2.6 gigahertz (GHz), o que significa que a corrente elétrica pode ser ligada e desligada em cerca de um bilionésimo de segundo. Esta foi a primeira demonstração de um nanotubo operando na freqüência de microondas -ondas eletromagnéticas mais rápidas que as de rádio.

Embora o grupo de Burke tenha demonstrado que transistores de nanotubos podem trabalhar na faixa dos GHz, ele acredita que velocidades ainda maiores são possíveis. "Estimo que o limite teórico para esses transistores seja o terahertz (1 THz= 1.000 GHz), o que é mil vezes mais rápido do que os computadores atuais. A equipe está atualmente pesquisando qual seria o limite teórico de velocidade desses dispositivos.

Todo transistor tem uma freqüência máxima de operação. Para o silício, esse limite é de cerca de 100 GHz, mas os circuitos atuais operam em velocidades muito menores -cerca de 4 GHz, no caso dos chips mais poderosos atualmente.

A nanotecnologia é a ciência do muito pequeno. Um nanômetro é um bilionésimo de metro, ou cerca de 1 milésimo do diâmetro de um cabelo humano. Um nanotubo é outra forma de carbono, como o grafite ou o diamante, em que os átomos são arranjados tal como uma cerca de arame enrolada.

Elétrons se movem sem perda de energia dentro de nanotubos, o que os torna candidatos perfeitos para conexões em dispositivos elétricos. Um nanotubo de carbono semicondutor pode agir como um transistor -um componente chave em todos os aparelhos eletrônicos- porque pode ser ligado e desligado.

Transístores de nanotubos de alta velocidade poderiam ser úteis em várias aplicações. "Teoricamente, eles podem funcionar como amplificadores de microondas que poderiam aumentar a área de operação de celulares", diz Burke.

O pesquisador espera ter um protótipo de transistor em no máximo dois anos. "Ainda precisamos fazer com que ele funcione em temperatura ambiente, além de obter a amplificação de sinal", diz.


 

Arquivo de Notícias>> clic

Mais noticias... clic

 


e-mail

Copyright© 1996/2004 -  Netmarket  Internet Brasil -  Todos os direitos reservados

Home