Encontro de tecnologia tem máquina de escrever e toalha de time

Entre computadores com luzes neon, monitores gigantes brilhantes e notebooks enfeitados por adesivos, uma Olivetti Lettera 22 de seis quilos se destacava na área de blogueiros da Campus Party Brasil, evento que reúne cerca de 3 mil aficionados por tecnologia que desde segunda-feira estão acampados na Bienal do Ibirapuera.

Diferente dos sons suaves de teclados, a máquina de edição de texto do repórter Cirilo Dias faz barulhos secos e altos toda a vez que ele bate os dedos contra as teclas, datilografando mais um "post" de um blog que depois de pronto será escaneado para ser visto na Web.

"No começo eu apanhei bastante, foi um pesadelo, mas hoje estou me acostumando... Não tem Control Z", disse o repórter da revista Trip enquanto blogava em papel. Ao seu redor, curiosos com máquinas fotográficas digitais registravam o funcionamento do "estranho" aparelho analógico.

O evento marca a primeira edição no Brasil de um encontro que ocorre já há 10 anos na Espanha, em que milhares de fãs de tecnologia se reúnem por dias com seus computadores e colegas para trocar informação, descobrir novas idéias ou mesmo para conhecer ao vivo pessoas que antes só viam pela Web.

Deimis Oliveira e Emília Aratanha, ambos de 20 anos, após quatro anos de conversas por mensagens instantâneas, se encontraram ao vivo na Campus Party. "Pode ficar sossegado que não decepcionou, não", brinca ela, carioca que mora em São Paulo sobre ele, que vive em Joinville (SC).

"Eu sou uma pessoa que fala pelos cotovelos e quando nos encontramos foi um pouco estranho, não dá para mandar carinha", disse ela sentada diante da barraca dele e fazendo referência aos símbolos que expressam emoção nas conversas dos internautas.

Longe dali, ainda na área de acampados, Tomas Anderson, 25, sem camisa e descalço em sua barraca tentava se recuperar da festa que acabou às 3h de quinta-feira na Bienal. Toalha do Internacional secando em cima da barraca em desafio a outras toalhas de times como Corinthians e Flamengo, ele saiu em caravana de Mostardas (200 quilômetros de Porto Alegre-RS) com a namorada e mais 20 pessoas da Associação de Software Livre.

"A gente literalmente desmaiou na barraca com o laptop ligado baixando coisas", disse ele, que passou a quinta-feira ajudando a instalar programas Linux em computadores de outros participantes da Campus Party. No total, o grupo levou para o evento mais de 20 PCs, além de discos rígidos e itens menos tecnológicos como colchões para as barracas.

A Campus Party vai até domingo, com eventos nas áreas de robótica, astronomia, desenvolvimento de jogos e programas.

Reuters

 

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