Cientistas descobrem limite de velocidade de gravação de HDs

da Folha Online

Um dos principais fundamentos da ciência dos computadores é que tudo pode ficar mais rápido. A Lei de Moore, por exemplo, inventada por um dos fundadores da Intel, hoje a maior fabricante de processadores do mundo, afirma que o número de transistores de um chip de computador dobra a cada 18 meses --o que provoca um ganho de performance.

Mas, pelo menos no que diz respeito à velocidade de gravação de dados em discos rígidos, cientistas descobriram um limite. A boa notícia é que esse limite está muito, muito longe de ser usado por qualquer equipamento que exista atualmente.

Na verdade, dizem cientistas da Universidade de Stanford (EUA), a velocidade máxima de gravação de dados é mil vezes superior à usada atualmente nos equipamentos mais modernos.

Para determinar a velocidade máxima de gravação de um HD, os cientistas usaram um acelerador de partículas em uma superfície idêntica à usada para armazenar dados nos discos rígidos.

Quando a informação é armazenada, minúsculas regiões desses discos são magnetizadas em uma direção. Para regravar os dados é preciso um pulso eletromagnético para reverter os bits armazenados. Assim, a velocidade de gravação ou regravação é determinada pela velocidade do pulso eletromagnético.

Mas se o pulso alcançar uma velocidade e intensidade muito grande, a energia utilizada vai bagunçar a ordem de gravação. Na prática, significa que os dados estarão gravados no disco rígido, mas de uma maneira tão desorganizada, que será impossível ler as informações. A velocidade dos pulsos emitidas pelo acelerador de partículas, porém, era quase a mesma da velocidade da luz (300 mil km/s)

O projeto foi liderado por pesquisadores da Universidade da Stanford e contou com a colaboração de um cientista do Instituto Landau para Física Teórica, de Moscou, e engenheiros da Seagate, fabricante de discos rígidos.

O grupo foi o primeiro a examinar a física envolvida no armazenamento de dados com um acelerador de partículas, segundo dois cientistas que não participaram do experimento: C.H. Back, da Universidade de Regensburg (Alemanha), e Danilo Pescia, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça.

Segundo Pescia, o experimento é importante pois mostra que a velocidade da gravação de dados em meios magnéticos --que já está na ordem dos bilhões de bits, ou gigabits, por segundo-- pode crescer mil vezes. "Para ultrapassar esse limite, alguma tecnologia completamente nova precisa ser desenvolvida, e ninguém ainda tem idéia de como ela vai funcionar", disse.

O diretor de tecnologia da Seagate, Mark Kryder, disse que o projeto tem poucas implicações práticas para a indústria de armazenamento --por enquanto. "Com certeza nós não vamos usar aceleradores de partículas dentro dos discos", afirmou. "As velocidades obtidas no experimento [provavelmente] nunca serão usadas em equipamentos."

Com Associated Press  

 

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