Brasil pioneiro em cinema digital

O Brasil é o país pioneiro na utilização de um sistema de distribuição de cópias totalmente digitais de filmes para cinema. Distribuidoras de todo o país terão agora um sistema que elimina a necessidade das cópias em película, reduz custos de logística e soluciona problemas de armazenagem. Além disso, o sistema agiliza a distribuição.

Cerca de 100 cinemas irão utilizar um sistema de distribuição, gerenciamento e exibição de cinema digital, o Kinocast System da paulista Rain Networks. O sistema da Rain é baseado no software Windows Media 9, com compressão de vídeo MPEG-4. O software MPEG-4 pode comprimir um longa metragem em um arquivo de apenas 5GB, 15 vezes menor que a tecnologia MPEG-2, atualmente utilizada, com um terço do custo de US$150 mil.

A tecnologia da Rain revoluciona um processo consolidado há anos. Até hoje, para que um novo filme seja exibido, ele passa por um caro e longo processo que envolve: cópia do celulóide (a película propriamente dita), embalagem, envio pelo correio e suas depesas, e prazos de entrega elásticos. Quando o filme chega ao seu destino final, depara com uma tecnologia do século passado - o projetor.

Toda esta "via sacra" da distribuição cinematográfica onera as salas de cinema, que acabam repassando os custos para o espectador no preço do ingresso. Não bastasse o custo, o processo atual praticamente elimina as chances de que mercados economicamente prejudicados tenham acesso às ultimas novidades da telona.

Fábio Lima, COO da Rain Networks, empresa responsável pela implantação deste sistema, falou exclusivamente ao MacPress sobre o trajeto de implantação da tecnologia: "Primeiro, era importante convencer que todo o processo em digital seria benéfico para industria [cinematográfica], é uma questão mais econômica do que tecnológica. Neste caso, o único argumento é a eficiência na distribuição e a economia com estes gastos. Uma copia em película 35mm custa em média US$ 1,5 mil o que torna a distribuição cara, principalmente dos filmes pequenos. Em digital você não tem custo de envio com correio e nem armazenamento de cópias em armazéns que variam de 5 a 8 anos antes de serem incineradas, o que também gera poluição. Uma cópia pesa 40kg. Além disso a qualidade se mantém durante as exibições."

O processo de implantação já está em andamento e, segundo Lima, "vai durar mais uns 3 a 4 meses" para ser sacramentado.

Sobre a tecnologia utilizada (Windows Media), Lima disse que "o Kinocast é a plataforma de distribuição, baseada em .Net. Isto não inviabiliza que possamos usar outros codecs, desde que [seja] em Windows. O codec da Apple é o MPEG-4 assim como o do Windows Media, a diferença é que a Microsoft aperfeiçoou o codec WM9, mas a base é MEPG-4. Os controles de direito autorais também estão relacionados com MPEG-4, são o MPEG-7, criptografia de metadados. Neste caso, novamente a Microsoft possui uma plataforma mais avançada. Para comparar codecs: com a mesma qualidade, o WM9 precisa de metade da banda que o MPEG-4 puro usado pela Apple."

Os benefícios provenientes de todo o processo são inúmeros. Para começar, levam-se cerca de 20 minutos para distribuir um filme de 90 minutos em uma VPN (Virtual Private Network) e o sistema ainda evita os custos relativos ao transporte de cópias físicas a áreas inacessíveis via estradas. O custo de transporte de um filme de sucesso como o Matrix, por exemplo, pode chegar a US$750 mil.

Além do menor tempo de distribuição a custos mais adaptados à realidade de países emergentes como o Brasil, a qualidade não fica devendo em nada para o cinemão tradicional. Quem mora no eixo Rio-São Paulo já teve a oportunidade de conferir a apresentação de "Star Wars Episódio 3: A Ameaça Fantasma". O filme foi exibido, em algumas salas, já no formato digital usado pelo sistema KinoCast, com qualidade muito satisfatória.

O que muda com a nova tecnologia é que os antigos projetores com rolos de película são substituídos por equipamentos modernos que lêem os dados armazenados no sistema e fazem a conversão para imagens, lançadas então na tela de projeção.

Mas o principal benefício da nova tecnologia é social. "A idéia principal recorre à economia de cópias", diz Lima. "Os filmes podem ser melhor distribuídos, e as salas de cinema mais afastadas não terão o problema que enfrentam hoje recebendo cópias antigas". Além disso, diz ele, o público terá acesso a mais filmes e com a mesma qualidade de uma cópia nova. "Isso só ocorre na estréia de um filme e nos principais cinemas". Para um país como o Brasil e seus inflexíveis abismos socias, o KinoCast é uma promessa mais que bem vinda.

 

 

 

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