Sul-coreanos cortam a língua para falar bem inglês

Corte mais ou menos um centímetro de sua língua e fique fluente em inglês. Com esta esperança, uma mãe levou o filho de 6 anos a uma cirurgia para livrá-lo de seu sotaque coreano ao falar inglês. Movidos pelo desejo de proporcionar aos filhos alguma vantagem em uma sociedade cada vez mais competitiva, um número surpreendente de sul-coreanos têm se voltado para cirurgias, em uma dramática tentativa de ajudar os descendentes a aperfeiçoar o inglês.

"As pessoas que possuem um freio da língua curto podem enfrentar problemas ao pronunciar certas letras por causa de uma falha em movimentos laterais da língua", afirmou Bae Jung-ho, cirurgião bucal do Hospital Yonsei, de Seul, que operou o garoto no mês passado.

Segundo Bae, em cinco minutos a operação é feita, retirando de 1 centímetro a 1,5 centímetro do freio, para deixar a língua mais flexível. "Há um risco mínimo de complicações e, a menos que seja a melhor opção, não recomendamos a cirurgia", disse.

Bae contou ainda que recebeu muitos pedidos para a operação, a maior parte para crianças entre 1 e 10 anos. Desses, apenas de 10% a 20% acabaram em cirurgias - que custam 150 mil wons (US$ 127).

Excesso de entusiasmo
Cirurgias para melhorar a aparência já são comuns na Coréia do Sul, onde muitos se valem de plásticas para aumentar os olhos, dar forma ao nariz ou até diminuir as panturrilhas. No caso da operação da língua, muitos psicólogos e professores argumentam que há desvantagens claras.

O médico Shin Min-sup, professor da Universidade Nacional de Seul e especialista em questões de psiquiatria adolescente, preocupa-se com a moda da cirurgia e também por estarem pressionando demais os jovens para aprender línguas.

"O aprendizado de uma língua estrangeira muito cedo, em alguns casos, pode, não apenas causar problemas de fala, como, nos piores casos, tornar uma criança autista", ressaltou. "Qual o problema de se falar inglês com sotaque?"

É difícil encontrar um país que tente com mais empenho aprender inglês do que a Coréia do Sul. De crianças a estudantes e funcionários de escritórios, o aprendizado do inglês virou uma obsessão nacional. O enfoque no inglês aumentou depois que a crise asiática de 1997-1998 sacudiu a economia sul-coreana, a quarta maior da Ásia, levando a um recorde de desempregados.

Posteriormente, os mercados financeiros se abriram e o investimento estrangeiro se espalhou, criando uma necessidade de comunicação. "A entrada em uma faculdade, um emprego e uma promoção, muitas coisas dependem fortemente de seu domínio do inglês", disse Cha Kyoung-ae, que ensina inglês em uma universidade local.

 Reuters

 

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