Google vai indexar conteúdo de bibliotecas dos EUA

O Google anunciou hoje um acordo com as principais bibliotecas universitárias dos EUA para colocar à disposição do usuário da Web 15 milhões de livros. É um plano sem precedentes e o projeto mais ambicioso já empreendido pelo Google: formar uma grande biblioteca virtual onde seriam armazenados volumes das principais universidades dos EUA, entre elas as de Harvard e Stanford, a Biblioteca Pública de Nova York e a de Oxford, no Reino Unido. A digitalização de 15 milhões de livros pode demorar dez anos para terminar.

Este catálogo incluirá trabalhos de pesquisa, coleções especiais e edições esgotadas, além de livros de todo o mundo. Isto significa que qualquer pessoa em qualquer parte do mundo com um computador que tenha acesso à rede poderia, instantaneamente, acessar as enormes coleções destas instituições para, por exemplo, consultar um texto original do século XVII.

O custo do projeto - que não foi revelado, mas especialistas calculam que deva girar em torno dos US$ 10 milhões - será bancado pelo Google, que já começou a utilizar sua tecnologia para digitalizar centenas de milhares de páginas por dia. Susan Wojcicki, uma das diretoras de produto do Google, confirmou que o projeto será desenvolvido ao longo de vários anos. "As bibliotecas guardaram a informação durante séculos e estamos muito emocionados de poder alcançar toda esta quantidade de informação", afirmou.

O acordo varia segundo a instituição. Harvard porá à disposição do Google 40 mil volumes de sua coleção de 15 milhões (a maior de todas as instituições acadêmicas dos EUA), segundo o diretor de publicações da universidade, Peter Kosewski. O Google digitalizará a maior parte dos oito milhões de exemplares de Stanford e sete milhões de livros de catálogo da Universidade de Michigan.

Um dos entraves para o projeto se refere aos direitos de propriedade intelectual. Por enquanto, o acordo vigente só permite que o Google disponibilize o texto na íntegra de livros cujos direitos de propriedade já expiraram. Oxford, por exemplo, permitirá que o Google escaneie todos os seus livros publicados até o ano de 1900.

O Google digitalizará o texto completo dos trabalhos mais recentes, porém devido às restrições do direito de cópia, só uma parte do conteúdo poderá ser acessado pela rede. Os acordos do Google não são exclusivos, o que significa que outros gigantes da Internet como Amazon, Microsoft ou Yahoo poderiam se juntar ao projeto, o que lhes permitiria vender mais publicidade, sem falar no prestígio que ganhariam com um plano como este.

A semente da iniciativa está no "Google Print", um serviço lançado em outubro que permite olhar dentro de um livro (e comprá-lo depois). Uma dúzia de editoras - da Harper Collins à Penguin - já chegaram a acordos com o Google para permitir a seus usuários buscar na Internet texto de livros e ler trechos da obra, críticas ou informação sobre o autor.

Esta não é a primeira iniciativa na busca de uma grande biblioteca virtual. A Biblioteca do Congresso dos EUA tem um projeto para colocar na Internet uma seleção de volumes e outras tantas bibliotecas de todo o país, entre elas a de Nova York, empreenderam meses atrás planos semelhantes. Mas nenhum projeto pode ser comparado ao do Google.

"A maioria do conhecimento do mundo terá sido digitalizado e estará disponível daqui a duas décadas", disse Michael A. Keller, da biblioteca da universidade de Stanford. A universidade fica a poucos quilômetros da sede do Google, em Mountain View (Califórnia) e tem um papel importante no projeto, já que os fundadores da empresa, Sergy Brin e Larry Page, a criaram quando eram estudantes desta universidade, em 1998. Brin e Page afirmaram que o objetivo é "organizar toda a informação do mundo".
 
EFE

 

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