Web poderá se tornar depósito da memória humana

Imagine poder registrar todas as conversas interessantes que você teve na vida, para não mencionar todas as fotos que tirou ou todos o textos que escreveu.

Importantes pesquisadores da Internet presentes a uma conferência anual sobre a World Wide Web em Nova York esta semana estão tentando descobrir o que vai acontecer quando indivíduos puderem registrar online todos os momentos de sua vida. É uma visão de mundo em que todos poderão se transformar em "gravadores da vida".

Entre os principais tópicos discutidos na WWW2004 estão formas de aproveitar o tesouro de informações criado pelos aparelhos eletrônicos de registro de dados a cada dia.

Pesquisadores se reuniram para ouvir palestras sobre temas sérios, que variam de formas de uso da Internet para vasculhar a "história de vida" pessoal a maneiras pelas quais cientistas podem colaborar em estudos demográficos ou biológicos ao longo das redes.

"Existe muito pouco motivo para jogar alguma coisa fora", disse Rick Rashid, diretor de pesquisa da Microsoft, sobre as formas de preservação da memória propiciadas por softwares recentes, pela armazenagem barata de dados e pela comunicação em rede.

Esqueçam por um momento os conselhos de suas mães sobre a necessidade de uma faxina geral da casa pelo menos uma vez por ano. E suspendam por um momento aquelas preocupações quanto ao Grande Irmão que pode estar aproveitando as montanhas de dados pessoais expostos à visão pública.

Estamos falando do possível, e não do problemático, dizem os organizadores do evento.

Outras palestras tentam resolver questões menores, mas não menos irritantes, como a de criar um botão "back" ou "retorno" mais inteligente nos browsers de Internet. "A boa notícia é que boa parte dessas idéias vai se concretizar, não importa o grau de exagero inicial", disse Stu Feldman, diretor de estratégia de Internet da IBM, co-organizadora da WWW deste ano.

Um dos palestrantes, por exemplo, fala sobre a publicação online de livros didáticos cujos capítulos possam ser atualizados automaticamente sempre que novas informações forem descobertas.

Links para muitas das palestras estão disponíveis aqui. A Microsoft está pesquisando como usar "marcadores de memória" na busca por qualquer documento. A idéia é usar não somente data e horário em que foram criados, mas várias conexões emocionais que uma pessoa pode associar com um evento em particular.

Um dos projetos da gigante do software é chamado "Stuff I've Seen" ("coisas que já vi") que permite a internautas identificarem e comentarem todo o conteúdo útil da Internet que encontrarem, numa espécie de banco de dados pessoal que pode recuperar facilmente as informações registradas pelo usuário.

Udi Manber, presidente-executivo da A9, unidade de busca da Amazon.com, afirmou que sua companhia está estudando maneiras para melhorar a utilidade da pesquisa na Internet. A empresa tem uma demonstração de projeto que permite aos usuários criarem diários comentados à medida que navegam pela Web.

Em uma parceria com o mecanismo de busca líder da Internet, Google, Manber exibiu um método para as pessoas recuperarem o histórico de suas buscas anteriores. Qualquer pessoa com uma conta na Amazon.com pode testar o serviço de histórico do A9.

Durante palestra, Rashid, da Microsoft, descreveu o que as pessoas podem fazer com um terabyte de espaço de armazenagem de dados, que custa cerca de US$ 1 mil. "Você pode guardar todas as conversas que já teve na vida, desde que nasceu até o momento da sua morte", disse Rashid.

Com 1 terabyte de espaço, uma pessoa poderia tirar uma foto de 180 graus a cada minuto, todos os dias de sua vida, e ser capaz de guardar todas essas imagens, disse o especialista.

Pesquisadores da Microsoft no Reino Unido desenvolveram protótipos de tal aparelho, chamado SenseCam. Eles estão melhorando o dispositivo de captura de imagens para que não seja maior que um pendente de colar. "Obviamente isso cria várias questões sobre privacidade e controle de informação pessoal", disse Rashid.

"Mas é para isso que estamos indo. Já é o caso de crianças que estão andando por ai com celulares que tiram um monte de fotos. O que estamos propondo é apenas uma extensão disso", afirmou Rashid.
 Reuters

 

 

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