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Fechamento de chats pela
Microsoft gera reações adversas
da France
Presse
Enquanto defensores da infância comemoraram hoje o anúncio feito pela
Microsoft de que fechará
salas de bate-papo na internet para evitar a pedofilia on-line, provedores
de acesso à web deram poucos sinais de que seguirão a decisão da gigante do
software.
A decisão, segundo a Microsoft, foi provocada por temores crescentes de que os
chats pudessem se tornar alvos de pedófilos.
Com exceção de alguns poucos países, a subsidiária on-line da Microsoft, MSN,
encerrará todas as salas de bate-papo nas quais o conteúdo não é monitorado
ao redor do mundo a partir de 14 de outubro.
Estas salas garantem a seus usuários o anonimato através do uso de
pseudônimos, usados para trocar mensagens de texto.
Alguns países, entre eles o Brasil e os EUA, manterão o serviço, mas este
será monitorado ou acessível apenas por assinatura, o que significa que os
usuários terão que fornecer seus dados pessoais, inclusive o número do
cartão de crédito.
Apoio
A notícia do fechamento das salas da Microsoft foi recebida com aplausos por
entidades européias de caridade e de defesa dos direitos das crianças.
"Este anúncio é um passo muito positivo e ajudará a fechar uma grande
porta para autores de abusos sexuais, que viajam grandes distâncias para ter
acesso a crianças inocentes, atraindo-as pela Internet", disse Chris
Atkinson, especialista em segurança na Internet da entidade de caridade NSPCC.
A associação antipedófila Child Focus, sediada na Bélgica, destacou a
necessidade de maiores medidas de segurança para as salas de bate-papo, como a
limitação de seu horário de funcionamento.
E a organização Defense for Children International, sediada na Holanda,
declarou que foi dado um passo que não é a "solução definitiva".
"A internet tem sido usada para expressar os vários fenômenos marginais
da sociedade, impossíveis de regular", informou o porta-voz da
organização, Stan Meuwese.
"Por isso é bom que uma grande empresa use seu peso para mudar alguma
coisa", concluiu.
Contrários
"Não prevemos o fechamento de nossos sites de discussão", declarou o
porta-voz do principal provedor de acesso à internet da Europa, T-Online,
sediado na Alemanha.
Segundo o porta-voz, a empresa exclui qualquer pessoa que tenha sido denunciada
por fazer comentários de natureza pedófila nas salas.
A Associação Francesa de Provedores de Acesso lamentou a decisão da
Microsoft. "As salas de bate-papo são um serviço bem utilizado e nós
temos a esperança de que nem todas elas irão fechar", declarou Stephane
Marcovitch, da associação.
Segundo ele, os pais também têm alguma responsabilidade em ajudar a proteger
as crianças de qualquer risco trazido pela internet.
Em Portugal, o governo informou que não planeja seguir o exemplo da Microsoft.
Mas fará suas autoridades garantirem que atos ilegais na Internet serão
severamente punidos, disse à rádio RDP Diogo Vasconcelos, diretor da entidade
governamental encarregada de promover o uso de novas tecnologias, a UMIC.
Segundo maior provedor de acesso suíço, o Sunrise informou ter medidas para
evitar abusos.
A companhia emprega "reguladores" para fiscalizar as salas de
bate-papo e remover qualquer mensagem com conteúdo pornográfico ou pedófilo,
explicou o porta-voz da empresa, Mathieu Janin.
As empresas austríacas Telering e UTA também disseram que não prevêem
mudanças. "Não fecharemos o acesso porque, conosco, um webmaster filtra
as salas de bate-papo para eliminar as mensagens pornográficas ou
pedófilas", informou um porta-voz da Telering.
Spam
Os "spammers" da internet, que enviam uma enorme quantidade de e-mails
de publicidade não solicitada --muitos deles envolvendo pornografia-- também
são conhecidos por rastrear as salas de bate-papo em busca de endereços de
e-mail.
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