Microsoft quer dominar mercado de buscas na internet

da Reuters, em Redmond (EUA)

A Microsoft, que vem tentando manter seu crescimento por meio de investimentos em todo tipo de atividade, de software para pequenas empresas a videogames, discretamente ajustou sua mira para um novo setor: buscas na web.

Bill Gates, presidente do conselho da empresa, Steve Ballmer, presidente-executivo, e outros executivos se reuniram em fevereiro para responder a uma pergunta repetida inúmeras vezes ao longo dos 28 anos de história da gigante do software: é melhor comprar ou criar tecnologia para a Microsoft?

O que eles decidiram foi criar uma tecnologia capaz, no futuro, de derrotar a capacidade do Google para vasculhar rapidamente a web e obter resultados relevantes de busca, que fez da empresa o site de buscas mais usado da internet.

"A decisão entre criar ou comprar acabou girando em torno de nossa capacidade de inovar", disse Kirk Koenigsbauer, gerente de estratégia do portal MSN, da Microsoft. "Nossa capacidade de inovar depende de nossa capacidade de controlar a plataforma", acrescentou, um sinal claro de que a Microsoft acredita que só será capaz de derrotar o Google se for dona da tecnologia.

Por enquanto, porém, a Microsoft prefere não comentar quanto à amplitude de seus planos para o uso da tecnologia de pesquisas. Embora o novo projeto abarque toda a empresa, Koenigsbauer disse que quaisquer desdobramentos serão conduzidos pela MSN e usados para melhorar o portal.

Mas os analistas interpretaram essa decisão de criar um sistema de buscas como sinal de que a Microsoft tem ambições ainda maiores para seu sistema de buscas, entre as quais planos para integrá-lo ao Windows, a principal fonte de receita da empresa.

"Sempre que a Microsoft integra alguma coisa ao sistema operacional, prefere não obtê-la de terceiros", disse o analista Matt Rosoff, da Directions on Microsoft, um grupo independente de pesquisa.

Koenigsbauer, que participou da reunião de fevereiro, preferiu não discutir os planos de busca da Microsoft para além da MSN. E tampouco revelou o número de pessoas envolvidas ou o investimento da empresa no projeto.

Joe Wilcox, analista da Jupiter Research, afirmou, porém, que com sua grande concentração de talentos de software e quase US$ 50 bilhões em caixa, a Microsoft poderia superar os investimentos de qualquer concorrente por anos.

"Vejam a guerra dos browsers. A Microsoft lançou três versões do Internet Explorer em 18 meses e logo se equiparou ao Netscape." A companhia "encara as buscas com muita, muita seriedade", acrescentou.

A Microsoft vai chegar lá?

O cerne da decisão da Microsoft é sua crença de que a tecnologia de busca ainda está em sua infância.

"Os serviços de busca estão fazendo um bom trabalho, mas não um trabalho perfeito", disse Koenigsbauer, acrescentando que a maior parte dos resultados de pesquisas hoje "não apresenta os dados procurados pelas pessoas".

Resultados de busca individualizados com base na história dos interesses de um usuário e de suas buscas passadas são uma das áreas que a Microsoft está estudando, disse Koenigsbauer.

Os analistas dizem que um serviço como esse seria ideal para a Microsoft, já que aproveitaria o controle da empresa sobre o sistema operacional Windows, que aciona mais de 95% dos computadores pessoais do mundo.

Além disso, eles dizem que o motivo real da Microsoft é integrar as buscas aos seus diversos produtos de software, e provavelmente à sua nova versão do Windows, que tem o nome-código "Longhorn".

Gates prometeu que o Longhorn, que deve ficar pronto em 2005 ou 2006, incluirá tecnologia de banco de dados para facilitar aos usuários localizar e utilizar a informação armazenada em seus computadores.

"No longo prazo, todas as estradas levam ao Longhorn", disse Wilcox.

Essa não é a primeira vez que a Microsoft coloca o mercado de buscas na mira.

Em 1997, a empresa estudou a possibilidade de desenvolver um serviço de busca para a MSN, mas decidiu formar uma parceria com a Inktomi, em lugar disso.

"Manteremos nossa parceria com a Inktomi, em curto prazo, mas no futuro pretendemos trabalhar sozinhos", disse Koenigsbauer.

Isso também coloca em questão a aliança da MSN com a Overture Services, uma empresa especializada em publicidade vinculada a resultados de buscas.

Koenigsbauer disse que a parceria seria mantida, "no médio prazo", e que a Microsoft está satisfeita com ambas as empresas, que serão absorvidas pelo Yahoo, concorrente da MSN.

O Yahoo, sob pressão do Google, começou a adquirir tecnologias de busca e a divulgar seus serviços em comerciais de televisão, para atrair usuários ao seu site.
 

 

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