Cientistas criam roupas com sistemas eletrônicos

Peças de roupa inteligentes, capazes de se comunicarem e produzirem sua própria energia, é o sonho que um instituto alemão quer realizar. "Deve ser como um tecido", explica Torsten Linz, que trabalha na seção "têxteis inteligentes" do instituto alemão de eletrônica Fraunhofer IZM. O objetivo é criar peças "que não incomodem" quando vestidas e que também "possam ser lavadas e passadas".

A idéia foi aplicada em protótipos concebidos pela escola superior de técnica de Berlim, que estão em exibição até hoje no salão de eletrônica Ifa, na capital alemã. Uma jaqueta para ciclista, aparentemente comum, esconde um sistema portátil de calefação e sistemas de comunicação e identificação. Tudo isso se deve a "componentes eletrônicos os menores possíveis para serem integrados", explica o porta-voz do Instituto, Ortrud Hinkel.

"O dispositivo eletrônico é invisível. Os condutores são integrados às franjas que dão acabamento à jaqueta - fibras extremamente finas costuradas diretamente no tecido", prossegue Linz. A fonte de energia também é invisível e os equipamentos são "módulos passivos que não precisam de energia para funcionar", enquanto o sistema de calefação é alimentado pela força mecânica da bicicleta em movimento.

Quando não há bicicleta, a fonte de energia também vai integrada ao modelo, como no caso de uma saia que leva acoplada uma agenda eletrônica. "A energia vem de células solares incorporadas nas ombreiras das jaquetas e que alimentam todo o dispositivo", inclusive uma bateria muito fina escondida na costura da saia.

O Instituto Fraunhofer não é o único que trabalha na pesquisa sobre têxteis tecnológicos. No ano passado, a empresa France Telecom apresentou um protótipo de tela flexível em fibra têxtil e o fabricante de semicondutores Infineon criou um projeto para introduzir microprocessadores na produção do tecido. "Os sistemas mais simples chegarão ao mercado dentro de um ou dois anos, mas para tentar integrar um computador completo a uma peça, ainda serão necessários dez anos", profetiza Ortrud Hinkel.

Em todo caso, a demanda existe. Firmas de corretagem já se disseram interessadas na jaqueta concebida pelo instituto. Conforme o cientista, a tentativa pode, ainda, ter várias aplicações no setor médico. "Por exemplo, para pacientes que precisam de supervisão permanente, poderíamos criar uma camiseta capaz de medir a pressão arterial ou o nível de glicemia e, em caso de problemas, os dados seriam transmitidos diretamente ao hospital", afirmou. "Ainda no caso de risco de morte súbita dos bebês, bastaria uma camisetinha levemente ajustada e conectada a um sistema miniaturizado que analisaria a tensão no tecido com a respiração", concluiu.
AFP 

 

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