|  | Com Lei de Informática, provedores terão gasto extra de R$ 
				13 mil
					Lorenna 
					Rodriguesda Folha Online
 Os provedores de internet terão de desembolsar cerca de R$ 
				13,2 milhões por ano se a chamada Lei de Informática for 
				aprovada.   De acordo com o presidente da Abranet (Associação Brasileira 
				dos Provedores de Internet), Eduardo Perajo, o valor poderia 
				chegar a R$ 4,8 bilhões caso a lei obrigasse os provedores a 
				identificar cada um dos usuários. A identificação era prevista 
				no projeto original, mas foi retirada depois de muita polêmica.
				
				 "O projeto não objetiva o custo que representa para a 
				internet no Brasil, não só para os provedores, como também para 
				os cidadãos', criticou Perajo durante audiência pública na 
				Comissão de Constituição e Justiça do Senado.   Ele acrescentou que o acesso à internet ficará mais caro para 
				o usuário, que terá de se preocupar com a proteção de seu micro, 
				já que a transmissão de vírus, mesmo que sem intenção, é 
				considerada crime. "Os usuários terão de gastar cerca de R$ 65 
				por ano em softwares antivírus, o que pode inviabilizar o acesso 
				das classes mais baixas", completou o presidente da Abranet.
				  Apesar das críticas, o presidente afirmou que os provedores 
				estão dispostos a guardar informações de conexões, como prevê a 
				lei. Pelo projeto, as empresas terão de manter por três anos 
				dados que permitam, em caso de uma investigação, chegar ao 
				usuário, data e horário do acesso à internet e endereço de IP 
				(Internet Protocol), que identifica o computador em que foi 
				feita a conexão. Caso não guardem esses dados, os provedores 
				poderão ser multados em até R$ 100 mil.   Antes, o consultor jurídico do Ministério das Comunicações, 
				Marcelo Bechara
				
				
				havia criticado a punição aos provedores. Segundo Bechara, 
				já há leis que prevêem a responsabilidade das empresas. "Esse 
				artigo não deveria estar na lei [de Informática]', disse. 
				  Para o presidente da ONG SaferNet Brasil, Tiago Tavares, 
				somente a manutenção dos dados de conexão não resolve problemas 
				como a pornografia infantil. De acordo com ele, 99% portais com 
				fotos e vídeos pornográficos de crianças são hospedados fora do 
				Brasil. "Para combater a pornografia infantil é preciso reprimir 
				o fluxo de dinheiro, ter a colaboração de instituições 
				financeiras para que repassem os dados de quem compra e vende 
				isso por cartão de crédito", considerou.   Contribuições
				  O relator do projeto disse que analisará as contribuições 
				dadas durante a audiência, mas ressaltou que dificilmente mudará 
				o artigo que trata da responsabilidade dos provedores. "Não vou 
				retirá-lo", declarou.   O texto tipifica como crime, por exemplo, o roubo de senha na 
				internet, o acesso não-autorizado a redes e o ataque a páginas 
				na internet.   O projeto só 
				deverá ser votado no segundo semestre, já que o Congresso 
				Nacional entra em recesso no fim da próxima semana. Depois de 
				apreciado na CCJ, o texto segue para o plenário do Senado e, de 
				lá, para a Câmara dos Deputados. |