Páginas de internet impõem dificuldades a cegos

DANIELI HALOTEN
free-lance para a Folha de S.Paulo

Embora a computação e a internet ajudem quem tem dificuldades motoras, um outro grupo, o dos deficientes visuais, ainda encontra barreiras para usá-las.

O estudante Daniel Monteiro, 18, tem deficiência visual e é uma "fera" no computador. Apesar disso, não conseguiu fazer sozinho, pela internet, sua declaração de renda.

Para ajudar os deficientes visuais, o ideal é que o site tenha uma página principal o mais objetiva possível, pois os programas dão um comando que lê todo o texto da página. Para navegar pelos links, eles usam o botão Tab, pressionando Enter ao encontrar a opção desejada.

A Folha utilizou o Virtual Vision, um dos programas mais usados pelos deficientes visuais no Brasil, para avaliar a acessibilidade de alguns sites públicos. E constatou dificuldades inclusive no acesso a páginas do governo.

O acesso dos meios de comunicação a portadores de deficiência foi determinado pela lei 10.098, sancionada em 2000. Até hoje, porém, ela não foi regulamentada.

O site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) tem uma página inicial poluída, dificultando a navegação. Algumas páginas são inacessíveis porque pedem validação.

Nos sites do Senado (www.senado.gov.br) e da Câmara dos Deputados (www.camara.gov.br), um dos problemas são os arquivos no formato PDF, que o Virtual Vision não lê.

O chefe do serviço de internet do Senado, João Luiz Paulucio, afirma que em maio será lançada uma página mais acessível.

"A página do Senado teve sua primeira alteração em 1999. Eu nem sei se existia software especial para deficientes visuais."

O Virtual Vision está no mercado brasileiro desde 1998.

O diretor de coordenação do centro de informática da Câmara, Fernando Torres, disse acreditar que, em no máximo três meses, os arquivos em PDF estarão disponíveis também em outro formato.

A Receita disse que vai propor mudanças na organização da página. Segundo o órgão, a necessidade de validação foi adotada para evitar consultas automatizadas, mas alternativas serão estudadas.

 

 

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