DVDs descartáveis são dúvida no mercado disputado de filmes

da Reuters, em Nova York (EUA)

Os DVDs autodestrutivos podem ter uma prazo de validade curto em mais de um sentido. Com grandes varejistas dos Estados Unidos, como Wal-Mart, vendendo DVDs convencionais a preços baixos, especialistas do setor acreditam que o futuro de um DVD de US$ 7 que se autodestrói em 48 horas não parece muito promissor.

Esta semana, a Buena Vista Home Entertainment, unidade de mídia doméstica da Walt Disney, começou a distribuir nos EUA alguns títulos no formato de DVD autodestrutivo, conhecido como EZ-D (trocadilho que soa em inglês como "D-fácil").

O EZ-D é oferecido em embalagens hermeticamente fechadas e se parece com um DVD normal, mas quando é exposto ao ar funciona por 48 horas e não toca o filme depois desse prazo.

Nos supermercados e até nas farmácias dos EUA encontra-se hoje pechinchas de DVDs que visam atrair um consumidor em época de crise --a competição é bem dura para o EZ-D, dizem analistas.

Os filmes sob encomenda de emissoras de TV a cabo ou satélite também representam um desafio ao EZ-D, cujos atrativos são a conveniência, a inexistência de multas por atraso e o conforto de não ter de devolver o DVD na locadora.

Dennis McAlpine, analista da McAlpine Associates, disse que o EZ-D é "mais uma experiência de aprendizado para a Disney do que uma oportunidade de ganhar dinheiro."

A Blockbuster, maior rede de locadoras do mundo, disse não acreditar que um DVD que fica vazio depois de 48 horas tenha algum atrativo. "Achamos que o princípio desse disco é difícil de engolir", disse o presidente da Blockbuster, John Antioco.

Estúdios disputam mercado

Durante décadas, locadoras lucram com multas por atraso --um dinheiro que nunca chega aos estúdios. Como resultado, os estúdios tentam achar alternativas de distribuição, como o EZ-D.

De acordo com McAlpine, o EZ-D é uma tentativa dos estúdios de brigar com as locadoras, que agora, além de alugar filmes, comercializam a novidade. Ainda assim, a locação de filmes continua sendo uma fonte de receita importante para os estúdios.

A Adams Media Research estima que a indústria dos filmes domésticos representa cerca de US$ 12,3 bilhões, ou 59%, da receita estimada de US$ 20,8 bilhões dos estúdios de cinema em 2002. Os estúdios têm acordos de divisão de receita com as redes de locadoras.

Em troca de comprar quantidades pré-determinadas de DVDs --às vezes a preços muito reduzidos-- as locadoras se comprometem a ceder parte da receita dos filmes alugados.

Mark Zadell, analista da Blaylock & Partners L.P., disse que os consumidores devem achar "um pouco salgado" o preço de US$ 7 do EZ-D, em comparação com os cerca de US$ 4 cobrados pela locação.

E com o Wal-Mart vendendo alguns títulos por até US$ 5,88 e locadoras de internet como a Netflix, que não cobram multa e entregam o DVD em casa, fica complicado para o formato EZ-D decolar.

 

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