Trio faz mapeamento de matéria espacial misteriosa

SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo


Um grupo de pesquisadores do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) conseguiu o que parece até uma contradição: mapear a distribuição de algo que eles não conseguem nem observar. A matéria escura continua sinistra como sempre, mas agora, ao menos para um aglomerado galáctico distante, já se sabe exatamente como ela está disposta.

Em seu estudo, Jean-Paul Kneib, Richard Ellis e Tommaso Treu usaram imagens do telescópio Hubble para medir os efeitos de distorção da luz no aglomerado CL0024+1654, a 4,5 bilhões de anos-luz daqui. As fontes originais dos raios são objetos ainda mais distantes. A distorção luminosa no meio do caminho permite o cálculo da intensidade do campo gravitacional naquela região e, com isso, a distribuição de matéria --seja ela visível ou não.

O estudo é o mais detalhado já feito no gênero e ajuda a entender a formação de aglomerados de galáxias durante a evolução do Universo, graças ao papel aglutinador da matéria escura. Os pesquisadores também esperam que o estudo ajude a determinar o que é essa matéria misteriosa, cuja existência é postulada a partir da observação de interações gravitacionais pelas quais a matéria bariônica (o material de que são feitas todas as coisas conhecidas) não pode ser responsabilizada.

Os pesquisadores anunciaram seus resultados numa conferência astronômica internacional em andamento na Austrália e confirmaram os planos de usar uma nova câmera do telescópio Hubble para obter medições ainda mais precisas. O estudo deve sair na revista científica "Astrophysical Journal".
 

 

 

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