Aos 50, centro nuclear europeu investiga a vida e o Universo

Richard Waddington
 

Ele revolucionou a física, gerou ganhadores do Prêmio Nobel e deu à luz a World Wide Web. Agora, seu sucessor quer responder a algumas das perguntas mais básicas da humanidade. O Cern, Organização Européia para a Pesquisa Nuclear, fez grandes descobertas desde seu lançamento, há 50 anos, mas essas conquistas podem fica à sombra das que prometem um acelerador de partículas de 27 quilômetros de diâmetro que está sendo construído perto de Genebra.

A partir de 2007, ele vai disparar partículas a velocidades próximas à da luz, provocando colisões entre elas para recriar as condições que os cientistas acreditam ter existido menos de um bilionésimo de segundo depois do Big Bang, o nascimento do Universo, há cerca de 14 bilhões de anos.

"Obtivemos resultados muito, muito importantes no que chamamos de física das partículas, ou seja, o que aconteceu depois do Big Bang", disse o diretor-geral do Cern, Robert Aymar. "Hoje temos teorias demais e essa é a máquina que vai confirmar, ou não, os nossos modelos. Só experimentos podem nos ajudar a escolher", disse ele à Reuters.

O novo acelerador, conhecido como Large Hadron Collider (LHC), substitui o antigo, o Large Electron Positron Collider (LEP), que foi a maior obra de engenharia civil da Europa antes da construção do túnel sob o canal da Mancha.

As estatísticas do novo empreendimento são atordoantes. As temperaturas criadas nas colisões de partículas vão ser de cerca de um bilhão de vezes a do centro do Sol. Desde Isaac Newton, os cientistas sabem que a gravidade age sobre a massa, mas ainda não sabem de onde as partículas tiram sua massa. Entre as partículas que esperam encontrar depois das explosões está o bóson de Higgs, também chamado de partícula divina, que, segundo o Modelo Padrão da física de partículas, é responsável pela geração da massa.

Amanhã acontece a cerimônia de 50º aniversário do Cern, com a presença do presidente da Suíça, Joseph Deiss, e da França, Jacques Chirac, além do rei Juan Carlos da Espanha. Será o ponto alto de semanas de eventos lembrando as maiores conquistas do centro. Uma delas, segundo Aymar, foi a comprovação, em 1973, do chamado modelo eletrofraco ¿ de que duas das quatro forças da natureza, a força fraca e a eletromagnética, unificaram-se na formação do Universo.

Em 1984, o físico italiano Carlo Rubbia e seu colega do Cern, Simon van de Meer, descobriram os portadores da força-fraca, feito que lhes rendeu o Prêmio Nobel no ano seguinte.

O Cern também foi o responsável pelo nascimento da Wold Wide Web (WWW), projetada em 1990 para permitir que cientistas tivessem acesso a dados onde quer que estivessem. O trabalho com aceleradores de partículas também tem aplicações médicas, principalmente com o desenvolvimento da tomografia por emissão de pósitrons, uma forma de diagnóstico que pode acelerar a detecção do câncer.

 
Reuters

 

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