China liga internet a alto número de jovens grávidas

da BBC Brasil

Cerca de metade das grávidas que procuram ajuda por meio de um serviço de atendimento telefônico em Shanghai, na China, são estudantes que engravidaram de parceiros que conheceram pela internet.

Em entrevista ao jornal "China Daily", Zhang Zhengrong, uma das médicas que acompanham as adolescentes, diz que 46% das mais de 20 mil grávidas que já procuraram o serviço são estudantes e admitiram ter engravidado de parceiros que conheceram em sites de namoro.

Ainda segundo Zhengrong, a maioria dos pais desaparece depois que descobre a gravidez indesejada e algumas meninas ainda disseram desconhecer o nome dos parceiros. A médica disse que muitas delas consideram o aborto seguro e que 10% já interromperam a gravidez mais de três vezes.

"Uma das jovens nos procurou porque estava com dor no estômago e ficou surpresa ao saber que estava grávida de mais de cinco meses", disse Zhengrong. Segundo o médico Yu Dongyan, que dirige o serviço de atendimento telefônico, o primeiro deste tipo em Shanghai, "todas as adolescentes têm menos de 20 anos e algumas ainda têm menos de 15."

Desde que foi lançado, há dois anos, o centro de ajuda já distribuiu cerca de 10 mil cartelas de pílulas do dia seguinte, além de consultas médicas gratuitas e apoio psicológico a 250 grávidas. Mais de 90% das meninas vão ao hospital onde o serviço está baseado acompanhadas de colegas da escola, sem o conhecimento dos pais, acresentou Yu Dongyan.

Ainda segundo o diretor, muitas jovens desconhecem métodos de contracepção e, de acordo com uma pesquisa feita recentemente por sua equipe, 79% das estudantes disseram ter aprendido sobre sexo na internet e 46% criticaram a educação sexual que recebem na escola, classificando-a como "inadequada".

 

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