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		Protestos estudantis chegam à 
		Internet chilena 
		  
		 
					Os estudantes secundários que, nesta terça-feira, paralisaram seus 
		colégios no Chile, no maior protesto dos últimos 34 anos, encontraram 
		uma poderosa ferramenta na internet. Comunicados dos dirigentes, fóruns, 
		opiniões dos estudantes e mensagens diretas à presidente Michelle 
		Bachelet circulam em páginas web, "blogs" e "fotologs", utilizados para 
		lembrar os jovens franceses que colocaram suas demandas nos muros de 
		Paris em maio de 1968.  
		O uso da internet permitiu uma rápida 
		coordenação de ações entre centros educativos de todo o país. Todos os 
		estudantes - sejam ou não dirigentes da mobilização - estão inteirados 
		das discussões e do avanço dos protestos. Os estudantes exigem 
		gratuidade no transporte urbano e no exame de acesso à universidade (PSU), 
		além de uma reforma do sistema educacional herdado da ditadura de 
		Augusto Pinochet (1973-1990), que entregou os colégios estatais para os 
		municípios, o que significou uma queda na qualidade do ensino. 
		 
		"Bachelet, está comigo?", pergunta um 
		cartaz. A presidente assumiu seu cargo no dia 11 de março, e seu governo 
		encontrou-se de forma improvisada com a rebelião estudantil que explodiu 
		no início de maio. A falta de resposta do governo levou os estudantes 
		para as ruas, com distúrbios que nas últimas três semanas deixaram mais 
		de mil detidos. A negociação fracassou e provocou nesta terça-feira a 
		paralisação de colégios e escolas técnicas de todo o país.  
		"Para continuar lutando por um Chile 
		melhor", diz o fotolog dos estudantes do Liceu de Aplicação de Santiago, 
		que iniciou a onda de ocupações no dia 19 de maio junto com seus colegas 
		do Instituto Nacional, o colégio mais antigo do Chile. O presidente do 
		Centro de Alunos do Instituto Nacional, Germán Westhoff, assegurou à AFP: 
		a organização estudantil "nasceu por uma insatisfação profunda com as 
		políticas governamentais de educação. O sistema se tornou insustentável 
		e nós percebemos a necessidade de coordenar os protestos".  
		  AFP 
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