Telemar descarta internet com tarifa única

O acesso por linha discada sai caro: quanto mais horas com o telefone conectado, mais salgada a conta. A Telefônica já oferece em São Paulo um plano com tarifa única, mas o resto do Brasil espera.

Paulo Rebêlo, com Folha de Pernambuco

O setor de telecomunicações brasileiro discute, desde 2001, uma opção para baratear os custos do acesso à internet para quem usa modem e linha telefônica, ou seja, a grande maioria dos usuários no Brasil. Somente quatro anos depois, finalmente a primeira operadora com atuação nacional, a Telefônica de São Paulo, resolveu aderir à tarifação única de acesso.

O funcionamento é simples: o usuário paga uma mensalidade fixa e pode usar quantas horas quiser, sob o mesmo procedimento de manter a linha telefônica ocupada enquanto está online.

O projeto da Telefônica existe desde 2002, porém, somente há poucos meses saiu do papel. Batizado de Internet Ilimitada, os usuários residenciais pagam R$ 29,00 por mês na conta telefônica, sem limite de tempo ou horário marcado. Ainda assim, é preciso ter um provedor de acesso, que pode ser pago ou gratuito.

Antes de ser lançado comercialmente, o sistema foi testado durante seis meses na cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo. Enquanto os paulistas comemoram, o resto do Brasil aguarda. Procurada pela reportagem, a Telemar resumiu a resposta da empresa como: "com relação à tarifa única (flat rate), a Telemar esclarece que não tem um produto similar e que a empresa não tem planos para implementar o serviço".

Quem passa 20 horas por mês conectado, hoje, gasta uma média de R$ 44. Quase o dobro da tarifa única cobrada pela Telefônica, em São Paulo.

Tarifa plana nunca saiu do papel

Cobrar uma taxa única para acesso discado é quase um "elefante branco". Inicialmente chamado de 0i00, que é o termo técnico adotado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o projeto nunca foi para a frente por uma série de conflitos técnicos e comerciais, sobretudo porque as operadoras telefônicas - Telemar, Telefônica, BR Telecom, etc. - deixariam de arrecadar as fortunas pagas pelos usuários de internet que dependem da linha e do modem.

O plano da Telefônica, contudo, é diferente do 0i00 estudado pela Anatel desde 2001. Antes, o serviço também era chamado de código não-geográfico, porque acabava com as limitações de interurbano. O usuário poderia discar de qualquer cidade e pagar apenas a mesma taxa, sem valores de interurbano.

É importante não confundir 0i00 com 0800. Na discagem 0800, que todo mundo conhece, quem paga a conta é quem recebe a ligação; no 0i00, é o provedor que paga. O acesso por tarifação única já existe em outros países há anos, sendo bem difundido no Reino Unido, por exemplo.

O motivo é simples: as operadoras deixam de arrecadar de um lado (pulsos telefônicos), mas a médio prazo todo o mercado ganha como um todo. Com mais horas de acesso das pessoas, o comércio eletrônico cresce e a própria operadora de telecomunicações pode agregar serviços e oferecer vantagens diferenciadas para os clientes. [Webinsider]


Leitores nos informam que, em Curitiba, a GVT lançou um seviço similar ao da Telefônica em São Paulo. Chama-se Webline e mais informações podem ser obtidas aqui.
 
 

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