China cria equipe para atuar "disfarçada" na Web
 


A China formou uma força especial composta por pessoas que, "disfarçadas", escrevem comentários na Internet para tentar influenciar a opinião pública em temas polêmicos. Segundo fontes oficiais, o país tem quase 100 milhões de usuários da rede, e esse número vem subindo. O regime comunista luta para controlar essa fonte de informação.

A força especial de "comentaristas" está operando na cidade de Suqian (província de Jiangsu, no litoral) desde abril, segundo o jornal Southern Weekend. O trabalho deles é defender o governo diante de comentários negativos que apareçam em grupos de discussão e "chats", segundo declaração de fontes oficiais ao semanário.

O departamento de propaganda da prefeitura de Suqian recrutou os comentaristas entre funcionários públicos, segundo o jornal, acrescentando que eles "devem entender as políticas (do governo), serem versados em teorias (políticas) e serem politicamente confiáveis."

"Eles vão guiar a opinião pública como cidadãos virtuais comuns. Isso é ao mesmo tempo importante e eficiente", disse Ma Zhichun, um dos comentaristas contratados. Zhan Jiang, diretor do Departamento de Jornalismo da Universidade Juvenil da China para Ciências Políticas, desaprova as intervenções anônimas dessa força especial.

"Tudo bem se eles expressarem suas opiniões em sites do governo, como funcionários, mas é suspeito se fizerem isso dessa forma", disse Zhan à Reuters. "Não é bom para a expressão natural da opinião pública." Mas prefeituras de pelo menos três províncias também estão aderindo à estratégia de Suqian, segundo o semanário. "Não somos os primeiros e não seremos os últimos. Toda a nação está jogando o mesmo jogo", disse Ma.

O órgão de disciplina do Partido Comunista treinou 127 funcionários para essa tarefa no ano passado, a fim de "fortalecer a propaganda pela Internet em sua iniciativa anticorrupção", segundo o semanário. Pequim já criou uma polícia especial eletrônica que teria sido responsável pelo fechamento de sites domésticos que publicavam conteúdo politicamente inaceitável pelo regime, pelo bloqueio a sites jornalísticos estrangeiros e pela prisão de várias pessoas devido a suas mensagens".

Em março, grupos de discussão mantidos pelas mais importantes universidades chinesas foram bloqueados para usuários de fora dos campi, como parte de uma campanha para fortalecer a educação ideológica dos universitários.
 
Reuters

 

 
 

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