Quando a cirurgia de obesidade é necessária

Lívia Perozim

"A cirurgia de obesidade não é uma questão de estética, mas de sobrevivência". A afirmação é do chefe do Serviço de Cirurgia de Obesidade da Unicamp, José Carlos Pareja. Segundo o especialista, a operação é necessária porque não há tratamento clínico eficaz para portadores de obesidade mórbida, uma doença crônica que traz complicações sérias - como diabetes, hipertensão, cardiopatias e colesterol alto - e pode levar a morte. "Mesmo que o portador mude seus hábitos alimentares, faça regime e exercícios, ele não consegue emagrecer e manter o peso sem o auxílio de remédios. O corpo humano tende sempre a voltar para o seu maior peso", explica.

Para identificar o nível de obesidade, diz Pareja, divide-se o peso do paciente em quilos pela sua altura ao quadrado, o que resulta no índice de massa corpórea (IMC). Ele define que são considerados obesos mórbidos aqueles que têm o IMC acima 40 (ou seja, estão 40 quilos acima do seu peso ideal), superobesos, os que têm o IMC acima de 50, e obesos moderados, os que têm o IMC entre 30 a 39,9. "Enquanto uma pessoa sedentária engorda em média um quilo por ano, o obeso engorda entre 5 e 6 quilos", destaca.

Presidente da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Obesidade, Pareja ressalta que a maioria dos obesos se enquadra no caso de obesidade mórbida, mas que a cirurgia também é indicada para obesos moderados que sofram de doenças cardiopulmonares ou de diabetes graves. "Os superobesos também devem operar, mas precisam antes perder 10% do peso atual para diminuir os riscos da cirurgia", ompleta.

O especialista afirma que os riscos de morte durante as cirurgias - que diminuem o tamanho do estômago e a capacidade de absorção de alimentos - variam entre 0.3% e 1,5%, dependendo do caso, e são menores do que as chances do obeso morrer por complicações causadas pela gordura.

Estima-se que a taxa de mortalidade entre os obesos é 12 vezes maior em adultos, entre 25 e 40 anos, quando comparada a indivíduos de peso normal. "Chega a um ponto em que o doente não dorme mais por causa das dificuldades respiratórias, não sai mais de casa, fica deprimido, à margem da sociedade, não anda porque os ossos não agüentam o peso, e morre, geralmente, por doenças cardiovasculares", afirma Pareja.

Ele contrapõe: "Com a operação o paciente perde cerca de 80% do peso em excesso, diminui ou elimina seu colesterol, assim como todas as outras doenças associadas ao coração".

De acordo com o cirurgião, no Brasil há cerca de 1 milhão de obesos, mas são nos Estados Unidos, com 61% da população adulta e 15% da infantil obesas, que estão registrados os maiores números de obesidade. "Só em 2001, mais de 300 mil americanos morreram de obesidade", aponta.

Segundo o especialista, a obesidade pode ser causada por maus hábitos alimentares, distúrbios hormonais, metabólicos ou neurológicos, mas em 70% dos casos os fatores genéticos são determinantes no desenvolvimento da doença. Entre os fatores psicológicos, a principal causa é a depressão e a perda da auto-estima, casos que ocorrem em 90% dos obesos mórbidos, e em 25% da população de peso normal.

Para os que necessitam fazer a cirurgia, José Carlos Pareja aconselha que, antes, avaliem se a clínica ou hospital tem uma equipe multidisciplinar, de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. "A obesidade é uma doença que afeta o organismo todo. Se não for tratada de maneira global, os resultados não serão satisfatórios", reforça.
 

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