Cientistas teleportam dados entre átomos por 600 metros

da Folha Online

Físicos realizaram com sucesso o teleporte de características entre dois átomos separados por uma distância de 600 metros na Áustria.

O feito, descrito hoje na revista "Nature", usa um princípio que já era chamado por Einstein de "fantasmagórico" e deve ajudar a impulsionar a computação quântica.

Há dois anos, cientistas da Universidade Nacional da Austrália já haviam relatado sucesso com experiências semelhantes. Porém, eles não trabalharam com partículas maciças, mas com um feixe de laser, que saltou de um ponto a outro em uma minúscula fração de segundo.

Estado quântico

Pesquisadores da Universidade de Viena e da Academia Austríaca de Ciência conectaram os dois lados do rio Danúbio com um cabo subterrâneo de fibra ótica. O experimento consistiu em transmitir características entre um par de átomos de cálcio --o "estado quântico" [complexa combinação de feições] de um foi transmitido para o outro.

Para isso, os cientistas usaram um princípio da física conhecido como "emaranhamento". Einstein brincava com o fenômeno e o chamava de "ação fantasma à distância" --dois átomos têm seu destino "conectado" e um funciona como espelho do outro.

Se um deles sofrer algum tipo de alteração em suas características, o outro automaticamente assume as mesmas feições (ou então feições opostas), sem que importe a distância física que os separa.

Poucos centímetros

Na mesma edição da revista, cientistas norte-americanos relatam um feito semelhante, só que com átomos de Berílio.

Mas o experimento chefiado por David Wineland, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia de Boulder, Colorado (EUA), só conseguiu teleportar características por poucos centímetros.

O teleporte de informações entre átomos é tido como a chave para poderosos computadores quânticos, que devem começar a surgir em escala daqui uma década, segundo Wineland.

Satélites

Para Rupert Ursin, co-autor do projeto austríaco, a importância do feito é que ele aconteceu em "condições reais".

"O que nos interessava era saber se poderíamos fazer isso fora de um ambiente de laboratório, em um lugar semelhante ao usado hoje para as comunicações de fibra ótica", disse. "Isso é importante se estamos falando de investimento financeiro em comunicação quântica."

Ursin disse que o próximo passo seria tentar estabelecer o teleporte de partículas usando satélites.

Com agências internacionais


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