Europa não quer que governo controle a Internet

Garantir a governos plenos poderes para a definição de políticas para a Internet seria um "erro gigantesco", afirmou o ministro italiano de inovação e tecnologia, Lucio Stanca. O discurso foi o mais forte da União Européia a favor da manutenção da atual estrutura livre da rede mundial de computadores.

O crescimento da Internet, um mercado de 750 milhões de usuários, foi ajudado durante a última década pela decisão de deixar a rede se desenvolver sozinha, com pouca interferência governamental, disse Stanca ontem. "Este regime não deve ser modificado", disse o ministro, resumindo a posição dos 15 países integrantes da União Européia.

"Governos devem ser envolvidos somente quando questões públicas estão em jogo. Não é papel dos governos a administração da Internet e eles não devem interferir em seu desenvolvimento livre", disse Stanca.

O ministro participou de uma reunião em Roma com representantes governamentais da área de tecnologia e membros da atual entidade reguladora da Internet, a International Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann).

A discussão acontece no momento de mais intenso debate sobre o papel dos governos no desenvolvimento da Internet desde que a rede de comunicações foi entregue à iniciativa privada há uma década. Governos de países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, reclamam da crescente exclusão digital e querem ter um papel mais atuante na redução das diferenças entre nações ricas altamente conectadas e países com poucas inovações em telecomunicações.

Um grupo das Nações Unidas foi formado em dezembro para analisar o assunto e determinar se autoridades governamentais deveriam definir políticas para a Web em um esforço para a redução da exclusão. E, apesar de cada vez mais países em desenvolvimento exigirem mudanças na Web, as nações ricas tentam manter a situação atual. "Uma das mais importantes razões para o sucesso da Internet é que nenhuma entidade a controla", disse Stanca.

As Nações Unidas discutem atualmente com a Icann maneiras para combater a exclusão digital, o envio de spam, o número de crimes eletrônicos. Ambas as partes debatem também sobre mecanismos para proteger a liberdade de expressão e privacidade dos internautas.

Tanto a ONU como a Icann concordam que a necessidade de se acabar com alguns aspectos menos louváveis da Internet, como grupos de pedofilia e ataques contra computadores, pode exigir a assinatura de tratados internacionais. Entretanto, nenhum dos grupos ofereceu até agora uma sugestão clara para resolver os problemas.

O assunto mais importante é saber que grupo vai liderar a Internet durante a próxima década: a Icann, fundada há cinco anos, ou a União Internacional das Telecomunicações, entidade centenária aprovada pela ONU. Stanca fez questão de deixar claro que a Europa apóia a Icann. "Vemos a Icann como um ativo. E ela deve desempenhar um papel importante no futuro", afirmou.
 
Reuters

 

 

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