Projeto vai investigar evolução do cérebro humano

KRISTINE KRUG
da BBC, em Londres (Reino Unido)

Quando e como a mente humana se desenvolveu? Essas são duas das grandes perguntas com as quais pesquisadores da Universidade de Liverpool e Southampton, na Inglaterra, vão lidar a partir de outubro.

Eles vão iniciar o projeto batizado de "Lucy To Language: The Archaeology Of The Social Brain" ("De Lucy à Linguagem: A Arqueologia Do Cérebro Social", em tradução livre).

Lucy é o apelido dado ao fóssil do ancestral humano Australopithecus Afarensis, um hominídio encontrado na Etiópia.

Financiamento

O financiamento concedido ao projeto fica na casa dos milhões de libras e é o maior já concedido pela British Academy.

Arqueólogos, psicólogos, antropólogos sociais, sociólogos e lingüistas vão se juntar na pesquisa.

Eles tentarão reconstruir a vida social de nossos ancestrais para entender precisamente como eles se comportavam usando evidência arqueológica de ossos e ferramentas e fazendo comparações com humanos modernos e outros primatas.

Novos modelos desenvolvidos para entender o comportamento dos primatas podem ser aplicados às evidências encontradas de nossos ancentrais.

Isso deveria nos ajudar a entender como nossos cérebros se desenvolveram desde os tempos de Lucy, que viveu na África há aproximadamente quatro milhões de anos.

Não é apenas o fato de nosso cérebro ter aumentado três vezes, mas também a maneira como o usamos, que nos distancia de Lucy.

"Há trinta anos, a evolução era apenas um tema para arqueologistas", explica o professor John Gowlett, da Universidade de Liverpool.

Agora, diz ele, o foco está mudando de ossos e pedras para o cérebro social dos humanos.
A equipe multidisciplinar vai procurar as origens do discurso, música e religião.
"É nossa mente e não nosso corpo que nos fez humanos e nos possibilitou as conquistas que tivemos", disse o professor Robin Dunbar, que lidera o projeto, também da Universidade de Liverpool.

Seres superiores

O professor Gowlett vai investigar as interações sociais de nossos ancentrais a partir de traços de incêndios daquela época.

O tamanho e a distribuições de corações ancentrais e os artefatos encontrados ao redor deles oferecem pistas sobre as atividades dos primeiros humanos.

Outro ponto crucial da pesquisa será a investigação da criação e prática comum da religião.
"A religião social é uma das muitas atividades complexas nas quais estamos engajados. A religião nasceu com o Homo Sapiens."

Ele acredita que a religião emergiu pela primeira vez entre 200 mil e 50 mil anos atrás.
A British Academy é a instituição britânica que financia projetos de ciências humanas e sociais, parceira da Royal Society, que cuida das ciências naturais.

O financiamento para o projeto Lucy vai se estender pelos próximos sete anos.
 

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