Voto eletrônico pode ser fraudado

Defeitos de software em um sistema de votação eletrônica poderiam permitir que vândalos fraudassem os resultados eleitorais em diversos Estados norte-americanos, disseram pesquisadores de segurança na computação. O interesse em sistemas eletrônicos de votação cresceu desde as eleições presidenciais de 2000, quando problemas com os primitivos métodos usando cartões perfurados na Flórida geraram uma dolorosa batalha quanto a uma possível recontagem dos votos, que durou semanas e foi decidida apenas na Corte Suprema.

Mas pesquisadores da Johns Hopkins University e da Rice University disseram ter descoberto defeitos em um sistema de votação da Diebold que poderiam permitir que eleitores e trabalhadores da eleição votassem múltiplas vezes, alterassem os votos alheios ou fechassem as urnas mais cedo do que o devido. "É lamentável encontrar falhas em um sistema potencialmente tão importante quanto este," disse Tadayoshi Kohno, aluno de pós-graduação no John Hopkins Information Security Institute, em entrevista por telefone.

Os pesquisadores encontraram o software em um site da Diebold, em janeiro, e dizem acreditar que ele seja o cerne de um sistema de votação eletrônica por tela de toque usado no ano passado em Maryland, Geórgia, Kansas e Califórnia. Um porta-voz da Diebold não atendeu a diversos telefonemas solicitando comentários.

Embora os pesquisadores digam que não sabem ao certo se o software foi usado em situações de voto, afirmam que os comentários e as notificações de direitos autorais integrados ao código indicam que é legítimo. "Não tenho prova de que seja esse o programa executado em seus sistemas, mas apostaria que está perto disso," disse Avi Rubin, diretor técnico do Information Security Institute.

Rubin, Kohno, Adam Stubblefield - aluno de pós-graduação na Johns Hopkins - e Dan Wallach, professor de ciências da computação na Rice University, disseram ter descoberto diversas falhas no sistema. A cifragem de dados essenciais é inadequada, disseram, o que permite que estranhos ganhem acesso ao sistema e alterem os resultados de eleições. Falta de supervisão no processo de desenvolvimento também permitiria que os programadores criassem "portas dos fundos" secretas, permitindo a manipulação, disseram eles.

Rubin disse que o software continha tantos erros que teria de ser reescrito completamente, e mesmo assim ele acha que computadores e votos não devem se misturar. "Sou contra a votação eletrônica, porque creio que votar seja importante demais e que computadores sejam difíceis de proteger", disse.

Reuters

 

 

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