Laboratórios tentam recriar poderes de super-heróis

Omar Segura

Uma capa capaz de tornar quem a usa invisível, como nos filmes O Senhor dos Anéis e Harry Potter, e uma roupa colante que consegue reproduzir os poderes do Homem-Aranha são alguns dos materiais que beiram o fantástico nos laboratórios.

Dentro de alguns anos, os seres humanos poderão desfrutar das capacidades dos personagens e heróis das histórias em quadrinhos, séries e filmes de ficção científica.

Isso, pelo menos, é o que dizem as pesquisas que são realizadas em alguns centros do mundo desenvolvido, onde o futuro já é presente.

Cientistas da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, comprovaram que é teoricamente possível esconder objetos em "capas de invisibilidade", ao aplicar uma teoria centrada em fazer objetos invisíveis ao radar e criada pelo britânico Sir John Pendry, do Imperial College London.

Os pesquisadores desenvolveram uma capa com um complexo composto artificial, elaborado com anéis e cabos de cobre impressos em telas de fibra de vidro que distorcem o espaço, de modo que as microondas não se refletem.

"Graças à presença deste metamaterial os raios são desviados como a água que flui ao redor de uma rocha em um rio, sem interromper a corrente principal de forma visível, permitindo esconder um volume, com propriedades similares ao espaço livre visto de fora", explicou o cientista David Smith, envolvido no projeto.

A capa funciona desviando as microondas ao redor do objeto e depois as restaurando atrás deste, como se tivessem atravessado um espaço vazio.

A capa é considerada um "metamaterial", ou composto artificial que pode ser manipulado para produzir uma mudança na direção das ondas eletromagnéticas.

Da mesma forma como ocorre com as ondas de luz visíveis, as microondas chocam-se contra os objetos, tornando evidente sua existência e criando uma sombra, mas nestas freqüências, o fenômeno só pode ser detectado por meio de instrumentos.

Com esta capa, os cientistas fizeram "desaparecer" um pequeno cilindro de cobre que não foi detectado por meio de sensores de microondas, dispositivos similares aos usados em radares instalados a bordo de aviões e satélites.

Além disso, as proezas do Homem-Aranha podem estar ao alcance dos seres humanos dentro de alguns anos, segundo um grupo de cientistas italianos que trabalham num projeto sobre um material têxtil inspirado no lagarto gecko, um réptil cujas patas são dotadas de propriedades superadesivas.

O projeto liderado pelo cientista Nicola Pugno, da Universidade Politécnica de Turim, consiste em um tecido composto por filamentos extremamente finos e muito numerosos que produzem um efeito de capilaridade que pode ser usado para produzir uma grande adesão física.

O "tecido do Homem-Aranha" é baseado num fenômeno conhecido como interação de fraca intensidade entre moléculas ou átomos ou Força de Van der Walls, e estará construído com uma infinidade de nanotubos: cilindros de carbono ocos e concêntricos, cada um deles de um tamanho de poucos milésimos de milímetro.

"Um dos principais desafios do controle da adesão consiste em como a reverter, já que um objeto ou material pode ficar colado a uma superfície por meio de uma cola, mas não é simples descolá-lo e colá-lo mais de uma vez", afirmou o cientista italiano.

A chave para isso pode estar nas patas do gecko, que possuem uma espécie de pêlos microscópicos que lhe proporcionam uma aderência muito alta sobre diferentes superfícies, possibilitando a este inquieto animal deslocar-se ou ficar imóvel indefinidamente em um lugar. Este é o efeito procurado por Nicola Pugno nos nanotubos.

EFE

 

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