Web: acusados culpam vírus por ataques e pedofilia

Os promotores que desejam punir os acusados por pirataria de computadores com o máximo rigor da lei vêm encontrando uma defesa que pode se difundir cada vez mais: é tudo culpa do computador.

Em um caso que vem sendo acompanhado como paradigma pelos especialistas em segurança da computação, Aaron Caffrey, 19, foi considerado inocente ontem, no Reino Unido, de acusações de invadir um sistema de computadores da Houston Pilots, uma empreiteira independente que trabalha para o porto de Houston, em setembro de 2001. Caffrey foi acusado de invadir o sistema e paralisar o servidor que organiza o calendário de serviço do sexto mais movimentado porto do mundo.

Ainda que as autoridades tenham localizado o computador de Caffrey como origem da invasão, ele alegou que alguém deve ter instalado um programa conhecido como "cavalo de Tróia" em sua máquina, assumindo o controle dela à distância e invadindo o servidor. O "cavalo de Tróia" poderia, a seguir, ter obedecido a uma ordem de autodestruição e ter se eliminado do sistema.

Em dois outros casos, britânicos acusados de tentar baixar imagens de pornografia infantil foram livrados por seus advogados sob a alegação de que cavalos de Tróia semelhantes eram responsáveis pelo download.

"Isso estabelece um precedente no sistema judicial, sob o qual um hacker pode simplesmente alegar que alguém tomou o controle de seu computador, o programa invasor depois desapareceu, e assim escapar sem nenhum problema", diz Dave Morrell, consultor de computação da Houston Pilots que colaborou com o FBI depois da invasão.

Michael Allison, presidente-executivo do Internet Crimes Group, uma empresa de serviços forenses de computação, disse que os especialistas deveriam ter sido capazes de provar se um cavalo de Tróia havia ou não infectado a máquina em questão. "Em alguns casos, há pessoas cujos computadores foram cooptados por terceiros", afirma. "Mas essa alegação também serve como defesa inteligente para inocentar um cliente".

Apesar disso, especialistas consideram a alegação importante para evitar que se coloque na cadeia pessoas que não cometeram crimes. "O problema mais difícil é pessoas que podem ser presas por algo que não fizeram como resultado da ação de cavalos de tróia", afirmou Mark Rash, ex-chefe da unidade de crimes digitais do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. "Se eu quero fazer algo ilegal, quero fazer na máquina de outra pessoa".
 Reuters

 

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