Pode ser um truque divertido em uma festa - colocar seu celular em uma mesa e vê-lo desaparecer na madeira, ou fazer sua roupa mudar de cor para acompanhar o ambiente.

Os primeiros passos para criar uma tecnologia assim foram lançados com a criação de um material capaz de "ler" automaticamente o seu ambiente e adaptar-se a ele, imitando sua cor.

Cunjiang Yu e seus colegas da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, afirmam o seu "sistema de camuflagem optoeletrônico" foi inspirado na pele dos cefalópodes, uma classe de animais marinhos que inclui polvos e lulas, que podem mudar a coloração rapidamente, tanto para camuflagem como para chamar a atenção de potenciais parceiros.

"Nosso dispositivo vê a cor e a imita. Ele lê o ambiente utilizando um material termocromático," disse Yu.

Na verdade, o protótipo funciona apenas em preto e branco e tons de cinza, mas Yu garante que ele pode ser projetado para trabalhar com um espectro de cores amplo.

Além disso, embora o referido protótipo tenha apenas alguns centímetros quadrados, o pesquisador afirma que a tecnologia pode ser facilmente escalonada, gerando camuflagens de qualquer tamanho.

Pele de polvo artificial

O material é constituído por três camadas, combinando atuadores semicondutores, interruptores e sensores de luz, além das próprias cores.

As cores vão na primeira camada, formada por uma rede de células de 1 milímetro (mm) cada uma, cheias de uma tinta sensível à temperatura - ela muda de cor quando atinge uma temperatura limite (47º C).

A camada intermediária é responsável por ligar e desligar a corrente elétrica que aquece as células para fazê-las mudar de cor.

Finalmente, a camada interna contém os fotossensores, que detectam a mudança na cor do ambiente e transmitem essa informação para os interruptores da camada intermediária.

Quando puder operar em cores, Yu disse que espera que sua tecnologia possa ser usada em brinquedos, roupas eletrônicas e aparelhos portáteis.

Outro mercado vislumbrado por ele é fazer com que carros "desapareçam no ambiente". Para isso, câmeras filmariam a paisagem de um lado e a camuflagem replicaria as imagens no outro lado do carro.