PCs que pensam por dois
 
Mário Nagano, PC World

Anunciado pela Intel no fim de 2001 e presente já há algum tempo em seus chips para servidores, a tecnologia Hyper-Threading – ou simplesmente HT – chega finalmente aos computadores de mesa com o novo Pentium 4 de 3.06 GHz, lançado no mercado em novembro do ano passado. Para aqueles que ainda não conhecem, o HT faz com que o processador se comporte como dois processadores lógicos, de modo que seja capaz de executar várias aplicações ao mesmo tempo com maior desenvoltura, ou até mesmo uma única aplicação com maior velocidade, desde que o mesmo tenha sido programado para isso. Em resumo: é um sistema com desempenho muito próximo ao de um com dois processadores. E, mais tentador ainda, pelo preço de um chip.

Isso, à primeira vista, parece uma oferta irresistível. Entretanto, testes realizados pelo PC World Test Center com as primeiras máquinas com HT a desembarcarem no mercado brasileiro mostram que as vantagens da tecnologia nesse momento não são tão evidentes quanto possam parecer. Não que a Intel esteja oferecendo gato por lebre. Mas como toda tecnologia inovadora, a HT ainda terá de conviver por algum tempo num universo no qual a maioria dos softwares foram concebidos para funcionar com um processador. Desse modo, entender as suas vantagens e limitações é algo importante para que não se tire conclusões erradas sobre esse produto.

Testes realizados pela PC WORLD, tanto aqui quanto nos EUA, mostraram que os benefícios do HT são mais visíveis em tarefas e aplicações específicas. Por exemplo, no caso de aplicações de escritório como o MS Word ou Excel, o impacto do HT é nulo, isso quando não atrapalha o seu desempenho. Além disso, em outros testes para verificar as suas vantagens, os ganhos foram muito pequenos para serem notados e outros até muito grandes para serem comparados.

Análise da PC WORLD americana mostram ganhos de desempenho excelentes com o Adobe Photoshop, quando utilizado com certos filtros que realizam cálculos complexos durante o processamento da imagem – como o Crystallize ou Radial Blur – e que não se limitam apenas a converter a imagem de um modo para outro. Aplicações não pensadas para trabalhar no modo multiprocessado (os chamados single-threaded) também podem tirar proveito do HT, principalmente quando executado ao mesmo tempo com outras aplicações do mesmo tipo. Isso ocorre porque a execução de várias tarefas single-threaded podem criar gargalos em sistemas monoprocessados, já que em algum momento eles concorrerão entre si para utilizar os mesmos recursos do processador, passando a impressão que uma das aplicações parou ou começou a ratear. O HT minimizaria esse problema, gerenciando a execução das instruções desses programas de modo mais eficiente e otimizando ao máximo os recursos do processador.

Desse modo, pode-se afirmar que a Intel está mais uma vez antecipando o futuro e espera que os desenvolvedores de software comecem a criar seus novos produtos tendo essa tecnologia em mente, de modo que as aplicações futuras poderão tirar melhor proveito do HT.

AS OPÇÕES DISPONÍVEIS

Entre os vários fabricantes de PCs que anunciaram a disponibilidade de sistemas já equipados com o novo chip da Intel no final do ano passado, três deles cederam seus modelos para análise do PC World Test Center: a Itautec com sua nova linha InfoWay Advanced TG, a Syntax Computadores com o modelo Syntax Cérberos e a Sinco Sistemas, com o Sinco Pentium 4 3.06 HT. No geral, trata-se de modelos topo de linha – não necessariamente baratos – e, por enquanto, mais voltados para um grupo seleto de usuários que procuram pelo melhor desempenho possível para a realização de suas tarefas e atividades diárias, tanto em casa quanto no escritório.

O que chama a atenção nesses PCs é a abordagem que cada fabricante procurou adotar para o desenvolvimento de seu produto. De modo geral, os gabinetes dos três computadores são relativamente grandes, em cumprimento à nova especificação FMB2 da Intel – válida para PCs acima de 3,0 GHz – que recomenda que o interior do gabinete seja bem arejado e a temperatura interna não ultrapasse os 35°C.

A Itautec, por exemplo, optou por um visual sóbrio e elegante para sua linha Infoway Advanced TG. O gabinete, na cor grafite, é equipado com duas “portas” que escondem as unidades de disco e as saídas frontais de som e USB, seguindo a tendência do mercado. Na parte de trás, ainda existe uma grande ventoinha de 12 centímetros de diâmetro que ajuda a retirar o ar quente, mantendo a temperatura interna em níveis bastante satisfatórios para o processador.

O gerente de micros/varejo da Itautec, Osvaldo Villa, diz que o lançamento do Advanced TG é uma amostra de que a empresa oferece equipamentos para todas as áreas do mercado de TI, inclusive para o de entretenimento, tanto que é uma das primeiras a oferecer a opção de compra da placa de vídeo ATI Radeon 9700 Pro, agora montada no Brasil pela Digitron da Amazônia. Dos modelos analisados, o Advanced TG foi o único a não vir equipado com placa-mãe da Intel. Em vez disso, a integradora optou por utilizar a placa-mãe P4PE da Asus, tradicional fornecedora da Itautec. Baseada no chipset Intel 845PE, essa placa possui algumas características interessantes como porta de comunicação Gigabit Ethernet, assim como duas portas de comunicação serial ATA e fireware.

A configuração testada veio equipada com 512 MB de memória DDR 266 MHz, disco rígido de 80 GB, DVD-ROM de 16x, CD-RW de 24x, monitor com tela de cristal líquido (LCD) de 15 polegadas, placa de vídeo ATI Radeon 9700 Pro, além dos softwares MS Works 6.0, Norton Antivírus 200

 

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