Sexo oral pode passar HIV sem contato sangüíneo

O sexo oral é suspeito de causar aids, mesmo sem o contato direto do vírus com o sangue através de feridas na boca. A constatação é de Xuan Liu, pesquisador da Charles R. Drew University of Medicine and Science, em Los Angeles. Isso seria possível porque o HIV infectaria células da superfície da pele da boca que serviriam como porta de entrada do vírus para o sangue.

O periodontista brasileiro Paulo Camargo participou da pesquisa. Ele é professor e diretor clínico de periodontia na Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles. Camargo recolheu amostras da gengiva de mais de 50 pacientes com HIV negativo, que foram expostas a três tipos diferentes do vírus. Dois destes tipos puderam não só entrar, como também se reproduzir nos queratinócitos- células da superfície da epiderme, a camada superior da pele.

Camargo explicou ao Jornal do Brasil que, nessas células, a reprodução do vírus é mais lenta do que no sangue, mas o maior perigo é que os queratinócitos podem facilmente levar o HIV aos glóbulos brancos do sangue (leucócitos). Ele ressalta, no entanto, que exames de laboratório não são definitivos em relação ao assunto.

"Dados de uma pesquisa de laboratório devem ser interpretados com cautela, com relação a suas aplicações no ser humano. O conceito tem que ser testado num ser vivo antes que se possa gerar conceitos gerais. E, no caso do HIV, isto é difícil pois não há modelo animal que possa ser usado para estudar a infecção. Só mesmo o ser humano", afirma Camargo.

O periodontista diz, ainda, que a ausência da saliva é importante nos resultados da pesquisa. "No sistema de laboratório não há saliva presente. A saliva tem vários mecanismos de defesa contra infecções, inclusive as virais", comenta.

A aids pode ser transmitida tanto pelo sêmem quanto por secreções vaginais, e também pelo sangue, o que expande o perigo de contágio da doença via sexo oral a homens e mulheres. O Ministério da Saúde recomenda o uso de camisinha como a melhor maneira de prevenção para a doença.

A pesquisa de Xuan Liu e de sua equipe foi publicada no Journal of Virology, da Sociedade Norte-Americana de Microbiologia, e citado em artigo do British Medical Journal, da Sociedade Médica Britânica.

JB Online

 

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