México investiga venda de dados civis aos EUA

O Instituto Federal Eleitoral (IFE) do México está investigando se foram vendidas ao governo dos Estados Unidos informações sobre os 65 milhões de cidadãos que fazem parte do censo eleitoral. Em uma carta publicada hoje, segunda-feira, pelo jornal Reforma, o diretor do Registro Federal de Eleitores do IFE, Alberto Alonso, afirma que estão sendo analisadas versões da imprensa de que a empresa americana ChoicePoint vendeu ao governo dos Estados Unidos os dados dos eleitores mexicanos.

Segundo estas versões, Washington comprou da ChoicePoint, uma empresa de venda de bancos de dados com sede em Atlanta, informações de seis milhões de cidadãos da Cidade do México, tanto do cadastro eleitoral mexicano quanto do serviço de habilitação de motoristas. Na mensagem, o diretor manifesta a "preocupação" do IFE ante estes fatos e esclarece que "a informação dada pelos cidadãos ao organismo é confidencial".

"A informação jornalística está sendo analisada para determinar as ações a serem tomadas. Entraremos em contato com pessoas que possam ter mais informações para aprofundarmos a investigação", diz o comunicado. "Em 1998 houve uma situação semelhante e nesse caso o IFE imediatamente fez a denúncia correspondente. Certamente, primeiro será preciso determinar se este é um caso similar", acrescenta.

Alonso lembra que os dados do censo eleitoral são entregues pelo IFE aos partidos políticos, que "podem utilizá-los unicamente para realizar ações de supervisão". Por sua vez, o conselheiro do IFE, Jaime Cárdenas, considerou hoje que "se a informação se confirmar e, além disso, se se souber que (a venda de dados a ChoicePoint) foi feita por algum funcionário do organismo, isso seria gravíssimo em termos de credibilidade".

Em uma entrevista à W Rádio, Cárdenas declarou que se for comprovado que algum partido político vendeu as informações à companhia, este "poderia até mesmo perder seu registro eleitoral". Deputados do governista Partido Ação Nacional (PAN) e do opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI) destacaram que é imprescindível que a Lei de Proteção de Dados Pessoais seja aprovada para evitar que ocorram fatos semelhantes.

"O que vejo é uma necessidade urgente de se legislar de modo responsável, prudente e pontual em matéria de dados pessoais, independentemente se será o Ministério Público ou o IFE que terá que dar conta se alguma pessoa, física ou jurídica, está utilizando" este material, disse o legislador do PAN e presidente da Câmara dos Deputados, Armando Salinas.



 Agência EFE

 

Arquivo de Notícias>> clic 

mais noticias... clic

 


e-mail

Copyright© 1996/2003 Netmarket  Internet -  Todos os direitos reservados
Melhor visualizada em 800x600 4.0 IE ou superior

Home