Zona franca vai recuperar 30% do movimento na fronteira

Paraguaios tentam atrair compradores brasileiros para Ciudad del Este
O Centro de Importadores e Comerciantes de Alto Paraná (Cicap), no Paraguai, estima que a zona franca inaugurada ontem em Ciudad del Este, perto da fronteira com Foz do Iguaçu, vá proporcionar em poucos meses uma recuperação de 30% nos negócios mantidos hoje com os sacoleiros brasileiros. Não haverá redução imediata de preços para os consumidores, mas o presidente da entidade, Charif Hammoud, avalia que a procedência das mercadorias vai assegurar um fluxo maior de compradores.

A zona franca foi inaugurada ontem pelo presidente paraguaio Luiz González Macchi, que vê a medida como forma de inibir a grande incidência de produtos falsificados no comércio local. Hammoud acredita que este seja o começo de uma mudança radical da imagem criada de Ciudad del Este no exterior. Para isso, no entanto, outros fatores começam a ser trabalhados, como a melhoria na segurança pública e o trânsito na fronteira.

O otimismo com a zona franca é tanto que o presidente do Cicap já fala em manter o comércio de Ciudad del Este aberto até as 22 horas. A experiência foi tentada outras vezes, mas teve de ser esquecida por causa da queda no movimento e problemas de segurança. Hammoud avalia que a abertura das lojas à noite poderia gerar cinco mil novos empregos diretos.

Esse otimismo todo, no entanto, depende da volta dos sacoleiros, que sumiram por causa da alta do dólar e do arrocho na fiscalização da Receita Federal. Eles já foram 2,4 milhões por ano em 1994, mas hoje não chegam a 200 mil em igual período. Ser sacoleiro virou atividade de risco. Só no ano passado a Receita apreendeu R$ 67 milhões em mercadorias contrabandeadas do Paraguai. E o aperto ao contrabando vai continuar, segundo o delegado do órgão em Foz, Mauro de Brito.

Hammoud diz que Ciudad del Este nunca mais terá movimento parecido com o do início da década de 1990, quando a cidade chegou a negociar US$ 12 bilhões por ano. Na época, a reserva de mercado no Brasil para alguns setores, como o da informática, tornava proibitivas as importações. Isso alimentava as compras no exterior dentro da cota de isenção de impostos, que na época era de US$ 400. A queda da cota para US$ 150, em novembro de 1995, é outra explicação para a atual escassez de sacoleiros no Paraguai.

A esperança de recuperação parcial daquele movimento reside na zona franca inaugurada ontem pelo presidente paraguaio. Trata-se da primeira fase de um complexo que custará US$ 25 milhões. Os 57 depósitos já construídos têm capacidade para armazenar até 100 mil metros cúbicos de mercadorias. Os lojistas poderão deixar ali seus produtos e só pagarão os impostos quando retirá-los, o que ajudará a baratear os custos.

O gerente-geral da Zona Franca de Ciudad del Este, o economista brasileiro Luiz Fernando Mello, diz que a proposta é transformar a Zona Franca num grande centro de distribuição de mercadorias para os países do Mercosul. A única restrição é feita a armas e produtos falsificados.

Mauri König
gazeta do povo

 

Arquivo de Notícias>> clic 

mais noticias... clic

 


e-mail

Copyright© 1996/2003 Netmarket  Internet -  Todos os direitos reservados
Melhor visualizada em 800x600 4.0 IE ou superior

Home