Paraná adota software livre


Dois projetos, de informatização e de e-mails, já comecaram a migração

O Paraná dá um passo importante em sua política de software. A partir de agora, em todas as aplicações em que isso for possível, o governo do estado passa a usar o software livre. Esse tipo de programa, pelo qual o usuário não paga pela aquisição, ficou mais conhecido através do Linux, que possui até uma distribuição em Curitiba, a Conectiva. Dois projetos já estão em fase inicial, adianta o diretor presidente da Celepar, Marcos Mazoni.

Um destes projetos é a informatização de toda a rede escolar, que conta com 2.037 escolas no estado. Segundo Mazoni, um grande número dessas escolas já possui laboratórios, que migrarão gradualmente do software comercial para o software livre. Além disso, rotinas de escritório também devem fazer uso do OpenOffice, versão livre semelhante ao Office, da Microsoft. Outra novidade é que um portal de educação está sendo desenvolvido tendo por base uma ferramenta livre.

O outro projeto é a migração do sistema de e-mails do governo do estado, que hoje usa o Lotus Notes. "É uma ferramenta boa, importante, mas pesada e não muito focada em e-mail. A partir de agora vamos usar a ferramenta brasileira e livre chamada Direto", explica Mazoni. O Direto ficou em desenvolvimento por cerca de quatro meses, mas, segundo Mazoni, vem passando por aperfeiçoamentos regulares. A ferramenta reúne sistema de e-mail com agenda integrada.

O Direto é usado hoje, por exemplo, no estado do Rio Grande do Sul, considerado o mais avançado em termos de adoção do software livre. Esse avanço gaúcho foi trazido por Mazoni, que já foi presidente da Procergs, companhia de processamento de dados do Rio Grande que foi a primeira a adotar o software livre como política no Brasil. Depois da adoção, a Procergs conseguiu uma economia anual de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões em software.

No Paraná, Mazoni diz que não há uma cifra fechada de quanto será a economia, mas diz acreditar que pode superar o valor alcançado no Rio Grande do Sul.

Adaptação
Além da economia na compra do software, Mazoni explica que, com as ferramentas livres, há um maior controle da evolução tecnológica. "Temos o controle dos softwares, não ficamos à mercê das novas versões oferecidas pelos fornecedores", explica. Outro exemplo é a customização dos programas. Ele diz que, no caso do editor de texto, os usuários não usam mais de 10% do que os programas oferecem. "Podemos adaptar os softwares para essas utilizações", diz.

Ele também acredita que não haja problemas de adaptação por parte dos funcionários, uma vez que eles já estão habituados às trocas de versões feitas em média a cada dois anos. "A diferença na troca do software comercial pelo livre às vezes é menor do que na adaptação de versões de um mesmo produto", afirma.

Na avaliação de Mazoni, as principais vantagens do software livre são segurança, robustez, facilidade na correção de defeitos e o custo, não só na aquisição como na manutenção. A desvantagem seria que, como a tecnologia está em crescimento, muitas soluções do mundo comercial ainda não existem em software livre.

Entenda o conceito de software livre
O termo software livre é referente à liberdade dos usuários em executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. Ele se refere a quatro tipos de liberdade: de executar o programa, para qualquer propósito; de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade); de redistribuir cópias e a liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie.

Fonte: Free Software Foundation e www.softwarelivre.rs.gov.br

Priscila Bueno


 

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