(Rosário 1928-Higueras, Bolivia, 1967) Estudou medicina em
Buenos Aires e, antes de terminar a carreira, viajou por grande parte da América Latina
para conhecer suas estruturas econômicas (1951).
De volta a Buenos Aires terminou seus estudos e
fez doutorado em medicina (1953).
Foi a Bolívia para estudar os intentos de reforma
agrária e passou a correr vários países, passou na Guatemala, aonde apoiou Jacóbo
Arbenz e tentou formar um grupo armado para organizar a resistência contra a invasão
norte-americana (1954).
Foi ao México aonde conheceu Fidel Castro e os
exilados cubanos do "Movimento 26 de julho", a que se uniu para combater a
ditadura de Batista. Participou do desembarque do iate "Granma" (dez. 1956) e
foi um dos doze sobreviventes que organizaram as guerrilhas na Sierra Maestra. Por
méritos de guerra foi nomeado comandante. Ao comando da coluna Ciro Redondo, invadiu Las
Villas e, após atravessar toda a ilha, junto com a coluna de Camilo Cienfuegos ocupou
Havana (jan. 1959).
No novo governo revolucionário, ocupou o cargo de
diretor do serviço de industria do Instituto Nacional de Reforma Agraria e posteriormente
o de presidente da banca nacional, o de responsavel pelas finanças do país (1959-1961),
e o de ministro da Industria (1961-1965).
Representando o governo revolucionário realizou
varias viagens por paises afro-asiáticos e socialistas (Checoslovaquia, U.R.S.S., China
popular, etc.). Presidiu a delegación cubana na Conferencia de Punta del Este (1961) e no
seminário de planificação de Argel (1963). Após uma volta pela África negra, de volta a
Cuba, desapareceu da vida pública e, poucos meses depois, Castro veio a conhecer sua
renuncia a todos os cargos e sua partida da ilha. Após uma estadia no Congo como
instrutor das guerrilhas de Sumialot e Mulele (1965-1966) iniciou um foco guerrilheiro na
Bolívia que foi dizimado pelo exercito dirigido e apoiado pelos Rangers norte-americanos.
Ferido e feito prisioneiro foi executado.
As idéias e a prática de Guevara abrangem
um
amplo espetro da vida política contemporânea: guerra de guerrilhas (Relatos da guerra
revolucionaria em Cuba [1961] e Diario de Campaña na Bolivia [1968]); dependência
latino-americana (Intervenção em Punta del Este, [1964]); transição ao socialismo
(Polêmica com Bettelheim [1965]); internacionalismo e luta anti-imperialista (Criar dois,
três, muitos Vietnam [1966]) constituem o âmbito em que se moveu a atividade do líder
revolucionário.
FRASES
"Acima
de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida
contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de
um Revolucionário."
"Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a
primavera."
"Não há fronteiras nesta luta de morte, nem vamos permanecer indiferentes
perante o que aconteça em qualquer parte do mundo. A vitória nossa ou a
derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos."
"Nossos filhos devem possuir as mesmas coisas que as outras crianças, mas
eles devem também ser privados daquilo que falta às outras crianças".
"Vale milhões de vezes mais a vida de um único ser humano do que todas as
propriedades do homem mais rico da terra".
"O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de
generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta
qualidade".
"O socialismo não é uma sociedade beneficente, não é um regime utópico,
baseado na bondade do homem como homem. O socialismo é um regime a que se chega
historicamente e que tem por base a socialização dos bens fundamentais de
produção e a distribuição equitativa de todas as riquezas da sociedade, numa
sitação de produção social. Isto é, a produção criada pelo capitalismo:
as grandes fábricas, a grande pecuária capitalista, a grande agricultura
capitalista, os locais onde o trabalho humano era feito em comunidade, em
sociedade; mas naquela época o aproveitamento do fruto do trabalho era feito
pelos capitalistas individialmente, pela classe exploradora, pelos proprietários
jurídicos dos bens de produção."
"Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário
a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental. Porque então ela termina por
impor sua própria força às relações entre os homens."
"Eu creio que a primeira coisa que deve caracterizar um jovem comunista é
a honra que se sente por ser jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar-se
a toda gente na sua condição de ser comunista, que não o submete à
clandestinidade, que o não reduz a fórmulas, mas que ele manifesta em cada
momento que lhe sai do espírito, que tem interesse porque é o símbolo de seu
orgulho.
Junta-se a isso um grande sentido do dever para com a sociedade que estamos
construindo, para com os nossos semelhantes como seres humanos e para com todos
os homens do mundo.
Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Paralelamente, uma grande
sensibilidade a todos os problemas e uma grande sensibilidade em relação a
justiça."
"No momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha
vida pela liberdade de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir
nada a ninguém..."
"Hasta la vitória, siempre!"