GVT engrossa coro de críticas à Anatel

As críticas abertas do ministro das Comunicações, Miro Teixeira, à atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu caminho para que empresas do setor engrossem o discurso cobrando competição e agilidade do órgão regulador.

É o caso da GVT, operadora da região centro-sul, que marcou posição hoje ao denunciar o "lobby" das empresas dominantes, considerando "ultrajante" a possibilidade de reajuste de 35% das tarifas de telefonia fixa para as antigas estatais. O presidente da GVT, Amos Genish, denunciou a concorrente direta, a Brasil Telecom, por tentar inibir a competição no Distrito Federal e em nove Estados onde atuam.

"A Brasil Telecom conseguiu, por um certo abuso de poder e por conta de uma certa inércia da Anatel, (...) acabar gerando uma postura que nos prejudica gravemente", afirmou Genish a jornalistas. Ele argumenta que a demora do órgão regulador em tomar decisões tem alimentado práticas anticompetitivas. "Quando não existe decisão, favorece o monopólio", disse, ecoando críticas do ministro.

Genish não repetiu exatamente a falta de transparência que Miro Teixeira apontou no início da semana sobre a atuação da Anatel. Por outro lado, deu indicações de que as grandes operadoras de telefonia teriam maior poder de influenciar opiniões do que as novas empresas concorrentes, como GVT e Vésper. "O poder do lobby das dominantes é muito maior do que o das entrantes. Elas (as dominantes) conhecem as pessoas certas e conseguem mais atenção também da mídia", afirmou. "O mercado de telecomunicações é muito complicado e tem interesses econômicos pesados."

O executivo, de origem israelense, avalia que as principais empresas de telefonia do país têm um desempenho financeiro sem comparação no mundo, o que revelaria a dominação que exercem no mercado brasileiro. Mas Genish faz questão de dizer que, nas 54 cidades em que a GVT está ativa, já conseguiu ocupar 10% do mercado em apenas 18 meses de funcionamento.

Institutos especializados mostram que no Brasil as operadoras que resultaram da privatização da Telebrás dominam mais de 97% do mercado de serviços de voz. A GVT tem hoje 500 mil clientes e uma rede instalada de 960 mil linhas, enquanto a Brasil Telecom tem 9,5 milhões de assinantes.

Apesar da saraivada de críticas, Genish admite que o negócio vai bem, que está fazendo dinheiro. A dificuldade é delinear o período de retorno do investimento de R$ 3,6 bilhões que está fazendo em três anos. A GVT faturou R$ 400 milhões no ano passado e pretende chegar aos R$ 700 milhões em 2003. A empresa conseguiu recentemente margem operacional positiva de 10%.

Depois de ter conseguido novas licenças da Anatel para atuar nas chamadas internacionais e interurbanas a partir de sua região, usando o código 25, a GVT planeja entrar na telefonia local para clientes corporativos em São Paulo a partir de junho. Os investimentos previstos para este ano são de R$ 800 milhões. "Nossos investimentos serão maiores à medida que haja mais competição", alertou Genish.

Reuters

 

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