Na velocidade da luz 


HERZLIYA, Israel (Reuters) - Uma empresa israelense desenvolveu um processador que usa tecnologia ótica em vez de silício, o que permite que realize operações de computação na velocidade da luz, afirma. A empresa, chamada Lenslet, diz que seu processador poderá ser usado em aplicações militares e de segurança nacional, multimídia e telecomunicações.

"O processamento ótico é uma vantagem competitiva estratégica para nações e empresas", disse Avner Halperin, vice-presidente de desenvolvimento comercial da empresa. "Processando na velocidade da luz, você pode ter aeroportos mais seguros, sistemas militares autônomos, sistemas de transmissão de multimídia em alta definição e avançados equipamentos de próxima geração para telecomunicações", disse.

Um processador ótico é um processador de sinais digitais (DSP) com um acelerador ótico que o torna capaz de desempenhar operações em velocidades muito altas. "É um avanço de 20 anos no desenvolvimento de hardware digital", disse o fundador da Lenslet, Aviram Sariel. O processador pode realizar 8 trilhões de operações por segundo, velocidade equivalente à de um supercomputador, e é mil vezes mais rápido do que a de um processador convencional, com 256 raios laser realizando operações em altíssima velocidade.

O novo processador foi desenvolvido para equipar radares de alta resolução, sistemas de guerra eletrônica, estações-base de telefonia celular e aparelhos de exame de bagagens em aeroportos. A Lenslet afirma que o dispositivo, chamado Enlight, é o primeiro DSP ótico disponível comercialmente. Ele foi apresentado na conferência MILCOM em Boston, nos EUA, esse mês.

"A ótica é o futuro de todos os dispositivos de informação", disse Sariel. Jim Tully, vice-presidente e diretor de pesquisa de semicondutores e tecnologias emergentes da Gartner, disse que a maioria das empresas que trabalham com ótica concentram seus esforços no chaveamento de sinais óticos para telecomunicações, e não no processamento de informações pela luz. "Não sei de nenhuma empresa que tenha levado isso ao ponto de processar oticamente", disse.

A Lenslet arrecadou US$ 27,5 milhões de investidores como a Goldman Sachs, Walden VC, a alemã Star Ventures e a JK&B Capital de Chicago. O protótipo criado pela companhia é bastante grande e volumoso, mas a versão comercial final terá 15 por 15 por 1,7 cm - aproximadamente o tamanho de um Palm Pilot. "Em cinco anos, queremos tê-lo encolhido até o tamanho de um chip convencional", disse o gerente do projeto, Asaf Schlezinger.

Segundo Tully, ainda resta saber se a nova tecnologia poderá ser produzida em grandes quantidades, como são feitos os chips de silício. "Por estar bastante desenvolvida, a tecnologia de semicondutores pode produzir milhões de unidades a um custo bastante baixo", explica Tully, que não está familiarizado com a tecnologia do Enlight. A Lenslet afirma que o dispositivo será compatível em preço com uma placa multi-DSP.

Sariel está negociando projetos conjuntos com empresas e órgãos governamentais nos Estados Unidos, Europa e Japão. A empresa já assinou contratos com o Ministério de Defesa de Israel. "Não descartamos a possibilidade de licenciarmos nossa tecnologia para outras companhias", disse Sariel. "Estamos à procura de uma linha de produção virtual, em que outras empresas seriam responsáveis por produzir os dispositivos com equipamentos de testagem fornecidos por nós".

Segundo Tully, as empresas de semicondutores estão trabalhando para desenvolver uma tecnologia que usará canais óticos dentro de chips para permitir alta velocidade de comunicação entre uma parte do chip e outra. "Talvez essa tecnologia se torne padrão nos chips dentro de dez anos", disse.

 

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