Distúrbios alimentares crescem entre homens universitários

Se os resultados de um novo estudo realmente servirem como indícios, os distúrbios alimentares e de prática de exercícios podem estar aumentando entre universitários do sexo masculino. Um em cada grupo de cinco homens que estão na faculdade se preocupa com o peso e com a forma física, segue regras sobre o que pode ou não comer, e limita a ingestão de alimentos, disseram as pesquisadoras.

Distúrbios alimentares como anorexia e bulimia já foram bastante estudados em mulheres jovens. No entanto, há poucas pesquisas sobre o problema em homens, afirma a principal autora do estudo, Jennifer A. O'Dea, da Universidade de Sydney, em Nova Gales do Sul (Austrália). O'Dea e a pesquisadora Suzanne Abraham destacaram, no entanto, que um estudo recente verificou que homens tendem a desenvolver distúrbios alimentares mais tarde que as mulheres. Enquanto esses problemas afetam as pessoas do sexo masculino por volta dos 21 anos, eles surgem na garotas perto dos 17 anos.

Além disso, durante as décadas de 80 e 90, "os homens representaram a uma porcentagem crescente das internações por distúrbios alimentares", afirmaram as cientistas. Isso indica que os problemas alimentares podem estar aumentando entre os homens jovens, afirmaram as autoras do trabalho em edição recente do Journal of American College Health.

Para analisar a questão, elas entrevistaram 93 universitários sobre os hábitos de dieta e de prática de exercícios, e investigaram questões relacionadas à auto-imagem. "Os entrevistados receberam diagnósticos clínicos de compulsão alimentar (3%), vômito auto-induzido (3%), bulimia nervosa (2%), e distúrbios da prática de exercícios (8%)", informaram as pesquisadoras. "Embora 9% tenham relatado ter alteração nos hábitos alimentares, nenhum deles procurou tratamento."

Outros resultados mostraram ainda que "entre 9 e 12 por cento dos universitários estavam insatisfeitos com a forma física, sentiam-se gordos e queriam muito perder peso". Quase metade disse que fazer exercícios era importante para a auto-estima, e 34 por cento afirmaram que ficavam "angustiados quando não praticavam atividades físicas tanto quanto gostariam", segundo o estudo. A pesquisa mostrou também que 14% dos homens informaram estar "preocupados" com a quantidade de exercícios que praticavam.

"Entre as descobertas que mais causaram preocupação em nosso estudo estão os relatos de alguns jovens que, embora acreditassem sofrer de algum distúrbio alimentar, de compulsão alimentar ou ter problema de controle de peso, afirmaram nunca ter procurado tratamento para o problema", alertaram O'Dea e Abraham. "Os profissionais de saúde devem ter consciência de que os distúrbios alimentares e de exercícios podem ocorrer entre universitários. Eles devem saber ainda que a avaliação pode ajudar na identificação precoce desses problemas", concluíram as pesquisadoras.

Reuters Health

 

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