Ela tem apenas seis
      anos e brinca em seu quarto. Os pais a podem ouvir, falando com seus
      bichinhos de pelúcia, em doce fantasia. Então, eles se concentram em
      fazer contas, revendo o orçamento do mês. Pela décima vez refazem tudo
      e descobrem que sobram dias no seu mês de salário.
      
      Vai ser difícil, concluem.
      
      De repente, se dão conta e já não ouvem mais a voz da menina. Verificam
      que ela não está no quarto, nem na sala, nem na cozinha. Olham para
      fora. A noite escura envolve o terreno que vai até o portão, lá na
      frente. No meio da escuridão, eles descobrem o vulto pequeno, retornando
      de algum lugar. Era a garota, sozinha. Ela calçara os sapatos da mãe, e
      fora até a caixa do correio colocar "uma carta para o papai e a
      mamãe".
      
      Quando os pais lhe perguntam por que saiu, à noite, no escuro, ela
      respondeu com um sorriso de quem venceu o medo e realizou uma proeza: Tem
      carta para o papi e a mami, lá na caixa! Garota deixou de lado seus
      brinquedos, tomou o lápis e, em uma folha de papel, desenhou umas flores
      coloridas e escreveu uma frase: eu amo o papi e a mami.
      
      Teve o cuidado de colocar o papel dentro de um envelope, endereçar e
      enfrentar a noite de breu, para colocar a surpresa na caixa do correio. Um
      impulso de amor! Um gesto de ternura! A espontaneidade do momento! Tudo
      isso valeu para que os pais esquecessem das contas, das dificuldades a
      vencer até o final do mês, do jogo de cintura que teriam que realizar
      para conseguir saldar o que fosse mais urgente e abraçassem o seu
      tesouro, sentindo-se plenamente felizes.
      
      O que quer que tivessem que enfrentar, valeria a pena porque aquela
      criança, sua filha, lhes devolvia todo esforço centuplicado em uma
      declaração de amor. Era como receber a mensagem de um anjo pedindo
      confiança e lhes renovando as disposições de bom ânimo.
      
      Quantas vezes você já deteve a sua vontade de dizer para o seu amor que
      o ama? Que é muito feliz por ele ou ela estar ao seu lado? Quantas vezes
      sua mão chegou próximo dos cabelos da pessoa amada e não você não
      concretizou o gesto de carinho? Quantas vezes pensou em telefonar e
      desistiu, com a preocupação de parecer tolo ao dizer: liguei só para
      dizer que você me faz feliz? Você já pensou em como qualquer um desses
      pequeninos, mas importantes gestos, teria tornado o dia do outro muito
      mais alegre?
      
      Seja espontâneo em suas manifestações de amor. Nunca deixe para mais
      tarde o que o coração lhe sugere. Abrace. Mande flores. Escreva um
      bilhete. Telefone. Surpreenda. Não economize carinho, ternura, afeição.
      Não se preocupe em reservá-los para dias especiais. Quanto mais
      utilizados, ofertados, mais eles se multiplicam, trazendo enriquecimento
      nas relações humanas.
      
      Bom dia!!!
      
    
    
    
    
    2559
    Maktub